terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Patinação: comentários sobre a primeira metade da temporada

Fiquei um tempão relutando sem saber direito o que escrever no blog sobre a atual temporada de patinação. Não sabia se fazia uma retrospectiva do Grand Prix antes da final ou se comentava um pouquinho de tudo o que aconteceu até aqui, incluindo os Challengers e Junior Grand Prix. Acabei optando pela segunda opção, no entanto, como minha memória é péssima e fui burra e não anotei os nomes dos patinadores que me chamaram a atenção no começo da temporada, não tenho muito o que falar das primeiras competições.

Yuzuru Hanyu, que sofreu uma lesão no tornozelo

Lesões e withdrawals
Essa temporada está sendo marcada por muitas lesões e gente se retirando de competições. Não sei se o pessoal está realmente mais machucado que o normal ou se só estão sendo mais cautelosos devido às Olimpíadas (talvez um pouco dos dois). Só sei que hoje mesmo, no dia em que escrevi isso, já li três notícias de patinadores que não vão participar de seus campeonatos nacionais devido a lesões. L Espero que todos melhorem até as Olimpíadas!

Pódio do nacional de 2016
(eu não me importaria com um repeteco)

Patinadoras japonesas
Sempre me dói pensar que o Japão tem apenas duas vagas para as Olimpíadas. A Satoko e a Wakaba são minhas favoritas, com certeza, mas as outras patinadoras também são imensamente talentosas e simpatizo com a maioria (mesmo ficando com birra de algumas de vez em quando, mais por motivos externos do que por elas mesmas). Fiquei surpresa com os saltos da Kaori, mesmo achando o programa livre dela meio ???; apreciei e torci pela Rika Hongo; me juntei mentalmente aos coros de “Mai was robbed” e “Wakaba was robbed” e até mesmo “Marin was robbed” em alguns momentos, porque não esperava algumas das pontuações baixas que elas receberam; fiquei muito feliz vendo a consistência da Wakaba em suas primeiras competições e vendo o público virando fã dela, para então ter o coração quebrado depois do programa livre no GPF; e fiquei aliviada ao ver a Satoko voltando à forma depois de tanto tempo se recuperando de uma lesão.

Estou meio feliz (e surpresa, porque antes da temporada começar eu não estava com expectativas muito altas) que as minhas favoritas tiveram o melhor desempenho na temporada por enquanto, se classificando para o Grand Prix Final, mas ao mesmo tempo ainda estou nervosa com o desempenho delas no campeonato japonês, que define as vagas. Parte de mim está aliviada que a competição provavelmente vai acontecer enquanto eu ainda estou dormindo tranquilamente, porque acho que meus nervos não conseguiriam aguentar assistir tudo ao vivo.

Pódio do GPF (um pódio muito atípico porque
o Shoma é quem está sorrindo mais entre os três)

Um Grand Prix atípico para os homens
No papel, o Grand Prix parecia bastante previsível na categoria masculina: cada etapa tinha dois homens do top 6, o que significava que a medalha de ouro e prata ficaria para eles e o resto lutaria pelo bronze. Na prática não foi bem assim. Por culpa de lesões e outros contratempos, tivemos resultados um tanto inesperados, como um Grand Prix Final sem Yuzuru, Javier, Boyang e Patrick. Apenas Nathan e Shoma puderam confirmar seu favoritismo, enquanto outros patinadores surpreenderam, como Kolyada e Voronov. Talvez o Grand Prix masculino não tenha sido tão empolgante quanto de costume, mas foi interessante ver outros patinadores medalhando. E amei que o Misha Ge ganhou sua primeira estrela medalha em um GP. <3
 
Keegan

Novos favoritos
Em geral sou mais atraída pelo programa/coreografia do que pela qualidade geral do patinador em si, mas pude notar no começo da temporada que virei fã do “estilo canadense” de skating skills, se é que se pode chamar assim. Virei fã do Keegan Messing e seu estilo fluido, somado à habilidade de interpretar personagens. Também gostei muito do Liam Firus. Espero ver os dois mais nas grandes competições internacionais.


Na categoria júnior, não tive grandes revelações. Assistir as competições foi divertido, é claro, principalmente na categoria feminina, em que as principais competidoras apresentam conteúdo técnico equivalente ao das sêniores, mas fiquei um pouco cansada com a enorme quantidade de pupilas da Eteri, que, em geral, não têm um estilo que me agrada muito. Meu destaque fica por conta da Moa Iwano (principalmente no programa curto) e... é isso, eu acho. Vale mencionar também o garoto que patinou trilha sonora do filme de Rurouni Kenshin.

---

Por enquanto é só isso que tenho a comentar. Nessa semana começam os primeiros grandes campeonatos nacionais, com o Japão e a Rússia, e um pouco depois teremos os dos EUA e do Canadá, definindo alguns dos times olímpicos.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Randomicidades do mês: novembro/2017

Livros


Pax – Sara Pennypacker
Pax é uma raposa que adora o seu menino. Porém, com a guerra, o menino precisa ir morar com o avô, e seu pai o convence a abandonar o bichinho na floresta. Mais tarde, o garoto se arrepende de seu ato e parte em uma jornada perigosa em busca de Pax, enquanto a raposa se mantém fiel ao dono e tenta reencontrá-lo. O livro é bonitinho, mas não gostei muito de como a raposa foi caracterizada, pois ela me pareceu humanizada demais para um animal (mas não o tipo de humanizado demais que fica interessante).
Nota: 3,25


O crime do padre Amaro – Eça de Queirós
Faz algum tempo que não leio um livro classicão, desses de se ler na escola/faculdade, e confesso que ando com preguiça para esse tipo de livro. No entanto, O crime do padre Amaro não foi de todo chato. A história do jovem padre que vive cercado de beatas e religiosos e se apaixona por uma jovem é interessante, e a crítica ao clero e à sociedade hipócrita também.
Nota: 3,25


Lua de larvas – Sally Gardner
Standish vive com o avô em uma área sob o controle da Terra Mãe. Seus pais desapareceram, seu melhor amigo e a família desapareceram, e ele e o avô vivem sob o risco constante de também desaparecer. Mas Standish sabe de algo que pode abalar a Terra Mãe e salvar seu amigo. Gostei bastante do estilo da autora e de como ela constrói o universo do livro, apesar de tê-lo achado um tanto confuso. O final me pareceu meio corrido, ou pelo menos não me empolgou tanto quanto a primeira metade.
Nota: 4


Te vendo um cachorro – Juan Pablo Villalobos
Teo é um homem idoso que vive em um condomínio cheio de outros idosos, dos quais ele vive se esquivando, pois não quer se juntar à tertúlia literária e às outras atividades que eles organizam. Ele passa os dias matando baratas, citando Adorno para se livrar de gente inconveniente, bebendo no bar, conversando com a quitandeira ou com o jovem mórmon que sempre o visita. É um livro bastante bem-humorado, com personagens excêntricos e acontecimentos inusitados.
Nota: 4


Tirza – Arnon Grunberg
Jörgen Hofmeester é um homem de meia-idade que parece respeitável e realizado, mas que esconde seu desconforto. O retorno inesperado da esposa que o abandonou há alguns anos e a partida de sua filha preferida, por quem ele é obcecado, para uma viagem à África o deixam em crise. Hofmeester é um personagem bastante desprezível e a narrativa apresenta uma tensão constante que a torna fascinante.
Nota: 4


O homem de olhos dançantes – Sophie Dahl
Livro curtinho e ilustrado sobre uma jovem sonhadora e o seu amor. É um livro poético e gracioso. Gostei das ilustrações.
Nota: 3,25


Stories – Neil Gaiman e Al Sarrantonio (org.)
Coletânea de contos bem heterogênea com histórias de autores como Roddy Doyle, Joe Hill, Joyce Carol Oates, Diana Wynne Jones e Chuck Palahniuk. A maioria dos contos tem um pé no realismo fantástico, alguns de maneira bem sutil, outros nem tanto. Meus favoritos foram “The thuth is a cave in the Black Mountains” do Neil Gaiman (que foi publicado aqui no Brasil como um livro individual) e “Weights and measures” da Jodi Picoult. Teve um ou dois contos que achei bem chatinhos, mas o resto variou de regular a bom, e foi legal conhecer novos autores ou revisitar autores queridos.
Nota: 3

Quadrinhos


Quadrinhos insones – Diego Sanchez
O livro reúne histórias curtinhas e variadas. Gostei de algumas, de outras nem tanto. A capa brilha no escuro!
Nota: 3


Vírus Tropical – Power Paola
HQ autobiográfica sobre a infância e a adolescência da autora. Ela conta com bastante bom humor os altos e baixos de sua vida cheia de acontecimentos e personagens curiosos. O maior defeito, na minha opinião, é que o livro acaba meio de repente.
Nota: 4


Metrópolis – Osamu Tezuka
Baseado muito vagamente no filme homônimo de Fritz Lang, esse mangá conta a história de uma criatura superpoderosa gerada pela ciência, um vilão que pretende dominar o mundo e uma rebelião das máquinas contra a humanidade. É uma leitura rápida e divertida, mas que tenta abordar temas demais e acaba falhando em desenvolvê-los. Algumas páginas a mais ou uma enxugada em alguns plots menos importantes fariam bem à obra.
Nota: 3

Animes e séries


The O.C.
Eu era apaixonada por essa série na adolescência e resolvi rever para matar as saudades. Vendo hoje é muito mais fácil notar os defeitos dela, como os draminhas desnecessários em excesso, mas ainda assim, foi bem divertido rever. A trilha sonora continua ótima!
Nota: 3,5


Gekkan Shoujo Nozaki-kun
Após uma declaração de amor mal interpretada, Sakura descobre que o menino de quem ela gosta é um autor de mangás shoujo. Ela passa a trabalhar como assistente dele, na esperança de que ele perceba seus sentimentos, mas ele é muito desligado em relação a romance (apesar de ganhar a vida escrevendo histórias melosas). É um anime divertido e muito gostosinho de assistir, com um grupo de personagens engraçados e cheios de manias.
Nota: 4


Mindhunter
Série da Netflix sobre dois agentes do FBI que iniciam um estudo nos anos 70 sobre serial killers, entrevistando assassinos famosos para compreender o que os levou a cometer tais crimes, o que os ajudaria a resolver outros crimes semelhantes. A história não é muito a minha cara, mas gostei bastante da série.
Nota: 3,75

Filmes


Raw
Uma garota vegetariana é tomada pelo impulso irresistível de comer carne após um trote na faculdade de veterinária. Gostei do filme, bem intenso, um pouco estranho.
Nota: 3,5


Hells
Esse filme é uma colcha de retalhos malfeita. Num ritmo frenético, ele nos mostra uma garota que morre em um acidente e vai parar no inferno, que é uma escola controlada por um demônio que se veste como Elvis. Para sair de lá, só se formando, portanto, ela tem de lidar com as aulas, as colegas que não vão com a sua cara e as loucuras do diretor. No entanto, coisas acontecem e de repente ela se vê em uma batalha entre personagens bíblicos, e aí o filme já não faz mais muito sentido. A estética cartunesca com um estilo meio Tim Burton é a parte mais interessante do filme. O resto é uma bagunça.
Nota: 2,5

Curtas

Descobri esse site com curtas de animação japoneses antigos e passei um tempinho dando uma olhada no que ele tem a oferecer. Não costumo ver animações muito antigas, então foi interessante ver as diferentes técnicas e estilos que eles adotavam na época.


Namakura Gatana (1917)
Uma das primeiras animações japonesas, conta a história de um samurai que compra uma espada e deseja testá-la, desafiando as pessoas que ele encontra por aí. Vale assistir pelo valor histórico.
Nota: 3,25


Propagate (1935)
Animação abstrata e geométrica sobre a reprodução de plantas. Porém, se a sinopse não dissesse que esse é o tema, ficaria difícil de adivinhar (com exceção das partes em que aparecem palavras), porque é tudo bem estranho. Se o filme tivesse som, ele provavelmente seria bem mais interessante.
Nota: 3


Kokka Kimigayo (1931)
O curta mostra alguns mitos da origem do Japão enquanto o hino é tocado. Ele usa a técnica de silhuetas com recortes, que dá um aspecto muito legal ao filme.
Nota: 3,75


Dobutsu orinpikku taikai (1928)
Animação divertida sobre animais em uma competição esportiva. Temos um elefante forçudo que é craque no arremesso de disco, um porquinho péssimo na corrida com obstáculos que suga o ar de um balão para ganhar mais flutuação, um macaco e um cachorro que ficam brigando durante os 1.500 metros. Achei bem engraçadinho!
Nota: 4

Compras


Depois de alguns meses sem comprar nenhum livro, é lógico que eu não iria resistir à Festa do Livro da USP. Comparando com anos anteriores, até que comprei pouca coisa. Primavera foi uma compra de impulso. A capa me chamou a atenção, a edição é bonitinha, vi que é um romance estoniano e que parece ser o tipo de livro infantojuvenil que eu gosto, logo, comprei. Estou muito curiosa para ler O homem sem doença agora que li Tirza. Vamos ver se o autor consegue me agradar pela segunda vez. Não sei muito sobre Rosalie Lightning além de que é uma graphic novel sobre a morte da filha do autor. Parece bonito e triste, que em geral é o tipo de HQ que eu gosto. E, finalmente, A mulher de pés descalços é um romance ruandês inspirado pela mãe da autora.

Para a minha surpresa, não comprei nada na Black Friday. Os únicos livros que eu realmente queria não estavam com descontos grandes o suficiente. Meu bolso e minhas estantes lotadas agradecem.

É isso!