terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Patinação: comentários sobre a primeira metade da temporada

Fiquei um tempão relutando sem saber direito o que escrever no blog sobre a atual temporada de patinação. Não sabia se fazia uma retrospectiva do Grand Prix antes da final ou se comentava um pouquinho de tudo o que aconteceu até aqui, incluindo os Challengers e Junior Grand Prix. Acabei optando pela segunda opção, no entanto, como minha memória é péssima e fui burra e não anotei os nomes dos patinadores que me chamaram a atenção no começo da temporada, não tenho muito o que falar das primeiras competições.

Yuzuru Hanyu, que sofreu uma lesão no tornozelo

Lesões e withdrawals
Essa temporada está sendo marcada por muitas lesões e gente se retirando de competições. Não sei se o pessoal está realmente mais machucado que o normal ou se só estão sendo mais cautelosos devido às Olimpíadas (talvez um pouco dos dois). Só sei que hoje mesmo, no dia em que escrevi isso, já li três notícias de patinadores que não vão participar de seus campeonatos nacionais devido a lesões. L Espero que todos melhorem até as Olimpíadas!

Pódio do nacional de 2016
(eu não me importaria com um repeteco)

Patinadoras japonesas
Sempre me dói pensar que o Japão tem apenas duas vagas para as Olimpíadas. A Satoko e a Wakaba são minhas favoritas, com certeza, mas as outras patinadoras também são imensamente talentosas e simpatizo com a maioria (mesmo ficando com birra de algumas de vez em quando, mais por motivos externos do que por elas mesmas). Fiquei surpresa com os saltos da Kaori, mesmo achando o programa livre dela meio ???; apreciei e torci pela Rika Hongo; me juntei mentalmente aos coros de “Mai was robbed” e “Wakaba was robbed” e até mesmo “Marin was robbed” em alguns momentos, porque não esperava algumas das pontuações baixas que elas receberam; fiquei muito feliz vendo a consistência da Wakaba em suas primeiras competições e vendo o público virando fã dela, para então ter o coração quebrado depois do programa livre no GPF; e fiquei aliviada ao ver a Satoko voltando à forma depois de tanto tempo se recuperando de uma lesão.

Estou meio feliz (e surpresa, porque antes da temporada começar eu não estava com expectativas muito altas) que as minhas favoritas tiveram o melhor desempenho na temporada por enquanto, se classificando para o Grand Prix Final, mas ao mesmo tempo ainda estou nervosa com o desempenho delas no campeonato japonês, que define as vagas. Parte de mim está aliviada que a competição provavelmente vai acontecer enquanto eu ainda estou dormindo tranquilamente, porque acho que meus nervos não conseguiriam aguentar assistir tudo ao vivo.

Pódio do GPF (um pódio muito atípico porque
o Shoma é quem está sorrindo mais entre os três)

Um Grand Prix atípico para os homens
No papel, o Grand Prix parecia bastante previsível na categoria masculina: cada etapa tinha dois homens do top 6, o que significava que a medalha de ouro e prata ficaria para eles e o resto lutaria pelo bronze. Na prática não foi bem assim. Por culpa de lesões e outros contratempos, tivemos resultados um tanto inesperados, como um Grand Prix Final sem Yuzuru, Javier, Boyang e Patrick. Apenas Nathan e Shoma puderam confirmar seu favoritismo, enquanto outros patinadores surpreenderam, como Kolyada e Voronov. Talvez o Grand Prix masculino não tenha sido tão empolgante quanto de costume, mas foi interessante ver outros patinadores medalhando. E amei que o Misha Ge ganhou sua primeira estrela medalha em um GP. <3
 
Keegan

Novos favoritos
Em geral sou mais atraída pelo programa/coreografia do que pela qualidade geral do patinador em si, mas pude notar no começo da temporada que virei fã do “estilo canadense” de skating skills, se é que se pode chamar assim. Virei fã do Keegan Messing e seu estilo fluido, somado à habilidade de interpretar personagens. Também gostei muito do Liam Firus. Espero ver os dois mais nas grandes competições internacionais.


Na categoria júnior, não tive grandes revelações. Assistir as competições foi divertido, é claro, principalmente na categoria feminina, em que as principais competidoras apresentam conteúdo técnico equivalente ao das sêniores, mas fiquei um pouco cansada com a enorme quantidade de pupilas da Eteri, que, em geral, não têm um estilo que me agrada muito. Meu destaque fica por conta da Moa Iwano (principalmente no programa curto) e... é isso, eu acho. Vale mencionar também o garoto que patinou trilha sonora do filme de Rurouni Kenshin.

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Por enquanto é só isso que tenho a comentar. Nessa semana começam os primeiros grandes campeonatos nacionais, com o Japão e a Rússia, e um pouco depois teremos os dos EUA e do Canadá, definindo alguns dos times olímpicos.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Randomicidades do mês: novembro/2017

Livros


Pax – Sara Pennypacker
Pax é uma raposa que adora o seu menino. Porém, com a guerra, o menino precisa ir morar com o avô, e seu pai o convence a abandonar o bichinho na floresta. Mais tarde, o garoto se arrepende de seu ato e parte em uma jornada perigosa em busca de Pax, enquanto a raposa se mantém fiel ao dono e tenta reencontrá-lo. O livro é bonitinho, mas não gostei muito de como a raposa foi caracterizada, pois ela me pareceu humanizada demais para um animal (mas não o tipo de humanizado demais que fica interessante).
Nota: 3,25


O crime do padre Amaro – Eça de Queirós
Faz algum tempo que não leio um livro classicão, desses de se ler na escola/faculdade, e confesso que ando com preguiça para esse tipo de livro. No entanto, O crime do padre Amaro não foi de todo chato. A história do jovem padre que vive cercado de beatas e religiosos e se apaixona por uma jovem é interessante, e a crítica ao clero e à sociedade hipócrita também.
Nota: 3,25


Lua de larvas – Sally Gardner
Standish vive com o avô em uma área sob o controle da Terra Mãe. Seus pais desapareceram, seu melhor amigo e a família desapareceram, e ele e o avô vivem sob o risco constante de também desaparecer. Mas Standish sabe de algo que pode abalar a Terra Mãe e salvar seu amigo. Gostei bastante do estilo da autora e de como ela constrói o universo do livro, apesar de tê-lo achado um tanto confuso. O final me pareceu meio corrido, ou pelo menos não me empolgou tanto quanto a primeira metade.
Nota: 4


Te vendo um cachorro – Juan Pablo Villalobos
Teo é um homem idoso que vive em um condomínio cheio de outros idosos, dos quais ele vive se esquivando, pois não quer se juntar à tertúlia literária e às outras atividades que eles organizam. Ele passa os dias matando baratas, citando Adorno para se livrar de gente inconveniente, bebendo no bar, conversando com a quitandeira ou com o jovem mórmon que sempre o visita. É um livro bastante bem-humorado, com personagens excêntricos e acontecimentos inusitados.
Nota: 4


Tirza – Arnon Grunberg
Jörgen Hofmeester é um homem de meia-idade que parece respeitável e realizado, mas que esconde seu desconforto. O retorno inesperado da esposa que o abandonou há alguns anos e a partida de sua filha preferida, por quem ele é obcecado, para uma viagem à África o deixam em crise. Hofmeester é um personagem bastante desprezível e a narrativa apresenta uma tensão constante que a torna fascinante.
Nota: 4


O homem de olhos dançantes – Sophie Dahl
Livro curtinho e ilustrado sobre uma jovem sonhadora e o seu amor. É um livro poético e gracioso. Gostei das ilustrações.
Nota: 3,25


Stories – Neil Gaiman e Al Sarrantonio (org.)
Coletânea de contos bem heterogênea com histórias de autores como Roddy Doyle, Joe Hill, Joyce Carol Oates, Diana Wynne Jones e Chuck Palahniuk. A maioria dos contos tem um pé no realismo fantástico, alguns de maneira bem sutil, outros nem tanto. Meus favoritos foram “The thuth is a cave in the Black Mountains” do Neil Gaiman (que foi publicado aqui no Brasil como um livro individual) e “Weights and measures” da Jodi Picoult. Teve um ou dois contos que achei bem chatinhos, mas o resto variou de regular a bom, e foi legal conhecer novos autores ou revisitar autores queridos.
Nota: 3

Quadrinhos


Quadrinhos insones – Diego Sanchez
O livro reúne histórias curtinhas e variadas. Gostei de algumas, de outras nem tanto. A capa brilha no escuro!
Nota: 3


Vírus Tropical – Power Paola
HQ autobiográfica sobre a infância e a adolescência da autora. Ela conta com bastante bom humor os altos e baixos de sua vida cheia de acontecimentos e personagens curiosos. O maior defeito, na minha opinião, é que o livro acaba meio de repente.
Nota: 4


Metrópolis – Osamu Tezuka
Baseado muito vagamente no filme homônimo de Fritz Lang, esse mangá conta a história de uma criatura superpoderosa gerada pela ciência, um vilão que pretende dominar o mundo e uma rebelião das máquinas contra a humanidade. É uma leitura rápida e divertida, mas que tenta abordar temas demais e acaba falhando em desenvolvê-los. Algumas páginas a mais ou uma enxugada em alguns plots menos importantes fariam bem à obra.
Nota: 3

Animes e séries


The O.C.
Eu era apaixonada por essa série na adolescência e resolvi rever para matar as saudades. Vendo hoje é muito mais fácil notar os defeitos dela, como os draminhas desnecessários em excesso, mas ainda assim, foi bem divertido rever. A trilha sonora continua ótima!
Nota: 3,5


Gekkan Shoujo Nozaki-kun
Após uma declaração de amor mal interpretada, Sakura descobre que o menino de quem ela gosta é um autor de mangás shoujo. Ela passa a trabalhar como assistente dele, na esperança de que ele perceba seus sentimentos, mas ele é muito desligado em relação a romance (apesar de ganhar a vida escrevendo histórias melosas). É um anime divertido e muito gostosinho de assistir, com um grupo de personagens engraçados e cheios de manias.
Nota: 4


Mindhunter
Série da Netflix sobre dois agentes do FBI que iniciam um estudo nos anos 70 sobre serial killers, entrevistando assassinos famosos para compreender o que os levou a cometer tais crimes, o que os ajudaria a resolver outros crimes semelhantes. A história não é muito a minha cara, mas gostei bastante da série.
Nota: 3,75

Filmes


Raw
Uma garota vegetariana é tomada pelo impulso irresistível de comer carne após um trote na faculdade de veterinária. Gostei do filme, bem intenso, um pouco estranho.
Nota: 3,5


Hells
Esse filme é uma colcha de retalhos malfeita. Num ritmo frenético, ele nos mostra uma garota que morre em um acidente e vai parar no inferno, que é uma escola controlada por um demônio que se veste como Elvis. Para sair de lá, só se formando, portanto, ela tem de lidar com as aulas, as colegas que não vão com a sua cara e as loucuras do diretor. No entanto, coisas acontecem e de repente ela se vê em uma batalha entre personagens bíblicos, e aí o filme já não faz mais muito sentido. A estética cartunesca com um estilo meio Tim Burton é a parte mais interessante do filme. O resto é uma bagunça.
Nota: 2,5

Curtas

Descobri esse site com curtas de animação japoneses antigos e passei um tempinho dando uma olhada no que ele tem a oferecer. Não costumo ver animações muito antigas, então foi interessante ver as diferentes técnicas e estilos que eles adotavam na época.


Namakura Gatana (1917)
Uma das primeiras animações japonesas, conta a história de um samurai que compra uma espada e deseja testá-la, desafiando as pessoas que ele encontra por aí. Vale assistir pelo valor histórico.
Nota: 3,25


Propagate (1935)
Animação abstrata e geométrica sobre a reprodução de plantas. Porém, se a sinopse não dissesse que esse é o tema, ficaria difícil de adivinhar (com exceção das partes em que aparecem palavras), porque é tudo bem estranho. Se o filme tivesse som, ele provavelmente seria bem mais interessante.
Nota: 3


Kokka Kimigayo (1931)
O curta mostra alguns mitos da origem do Japão enquanto o hino é tocado. Ele usa a técnica de silhuetas com recortes, que dá um aspecto muito legal ao filme.
Nota: 3,75


Dobutsu orinpikku taikai (1928)
Animação divertida sobre animais em uma competição esportiva. Temos um elefante forçudo que é craque no arremesso de disco, um porquinho péssimo na corrida com obstáculos que suga o ar de um balão para ganhar mais flutuação, um macaco e um cachorro que ficam brigando durante os 1.500 metros. Achei bem engraçadinho!
Nota: 4

Compras


Depois de alguns meses sem comprar nenhum livro, é lógico que eu não iria resistir à Festa do Livro da USP. Comparando com anos anteriores, até que comprei pouca coisa. Primavera foi uma compra de impulso. A capa me chamou a atenção, a edição é bonitinha, vi que é um romance estoniano e que parece ser o tipo de livro infantojuvenil que eu gosto, logo, comprei. Estou muito curiosa para ler O homem sem doença agora que li Tirza. Vamos ver se o autor consegue me agradar pela segunda vez. Não sei muito sobre Rosalie Lightning além de que é uma graphic novel sobre a morte da filha do autor. Parece bonito e triste, que em geral é o tipo de HQ que eu gosto. E, finalmente, A mulher de pés descalços é um romance ruandês inspirado pela mãe da autora.

Para a minha surpresa, não comprei nada na Black Friday. Os únicos livros que eu realmente queria não estavam com descontos grandes o suficiente. Meu bolso e minhas estantes lotadas agradecem.

É isso!

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Randomicidades do mês: outubro/2017

Mais um mês que se passou, mais livros lidos, animes e filmes vistos...

Livros


O brilho do amanhã – Ishmael Beah
Nota: 3


A menina que tinha dons – M. R. Carey
Romance pós-apocalíptico sobre uma garota que vive aprisionada em uma base militar, isolada do mundo externo e caótico. Melanie é uma menina inteligente, que vive em uma cela, frequenta as aulas com os colegas e adora sua professora. Ela não compreende por que os soldados parecem ter medo dela, assim como não sabe muito sobre o mundo lá fora. Porém, tudo muda quando a base é atacada e ela se liberta de sua prisão, só para descobrir que a vida no exterior é ainda mais hostil. O romance tem um ritmo rápido, que poderia facilmente ser transposto para as telas de cinema. Achei a primeira parte do livro, com mais mistérios e menos aventuras, mais interessante que a segunda. Vi que o autor lançou outro livro que se passa nesse universo e fiquei meio curiosa.
Nota: 3


Dias de abandono – Elena Ferrante
Após adorar a tetralogia napolitana, estava com altas expectativas para ler os outros livros da autora. Me decepcionei um pouquinho com esse aqui, mas talvez tenha sido mais porque andei lendo livros com tema parecido nos últimos tempos do que por demérito do livro. O romance conta sobre o fim de um casamento do ponto de vista da mulher, que fica desorientada e frustrada após se sacrificar pelo marido durante tantos anos.
Nota: 3,25


The Great Unexpected – Sharon Creech
A Sharon Creech é autora de um dos meus livros preferidos, Andar duas luas. Esse é o segundo romance dela que leio (já li também um livro de poesia), e confesso que adiei a leitura por medo de me decepcionar. No final, não me decepcionei, mas também não me apaixonei pelo livro. A história se passa em uma cidadezinha, onde vivem duas órfãs que levam vidas normais, apesar de seus passados trágicos. Tudo muda quando elas encontram um menino misterioso que caiu de uma árvore, que as deixa fascinadas e curiosas. O livro alterna a história principal com uma história paralela que parece bastante confusa a princípio e se esclarece no final (apesar de eu ter achado que alguns pontos não ficaram muito bem explicados). Gostei bastante dos personagens e do relacionamento entre eles, do clima da cidadezinha e de como os mistérios foram se desenvolvendo.
Nota: 3,5


Baseado em fatos reais – Delphine de Vigan
Delphine é uma escritora que publicou um livro autobiográfico após algumas investidas não tão bem-sucedidas na ficção. Porém, após o sucesso, ela tem dificuldade em pensar em sua próxima obra. É então que ela conhece L., uma ghost writer confiante e misteriosa que logo se torna sua melhor amiga. L. deseja que Delphine escreva outro livro autobiográfico e se envolve cada vez mais na vida da amiga, até um ponto em que Delphine não consegue fazer quase nada sem ela. Gostei do livro, mas esperava mais. É o tipo de romance que me envolveu bastante durante a leitura, mas que esqueci logo depois. O livro tem uns paralelos com Misery, do Stephen King, o que achei interessante.
Nota: 3


Minha metade silenciosa – Andrew Smith
Palito não tem uma orelha e é alvo de bullying dos colegas por causa disso. Em casa, as coisas não são muito melhores: seus pais são bastante severos e castigam duramente os filhos toda vez que eles desobedecem às regras da casa. O que o salva é o bom relacionamento com o irmão mais velho, mas ele vê o mundo despencar quando o irmão briga com o pai e sai de casa. Gostei bastante das duas primeiras partes do romance, que constroem os personagens e seus relacionamentos; não gostei tanto da última parte, que me parece meio deslocada do resto.
Nota: 3,25


Barba ensopada de sangue – Daniel Galera
Minha maior curiosidade a respeito desse livro é que ele se passa em Garopaba, cidadezinha no litoral de Santa Catarina que visitei uma vez. A história é a de um homem que, após o suicídio do pai, vai morar na cidade, acompanhado apenas da cadela que pertencera ao pai. No passado, seu avô havia morado e morrido ali, em um incidente envolto em mistério. O livro é muito bem escrito e, mesmo em momentos em que nada acontece, conseguiu manter meu interesse. No entanto, eu esperava um pouquinho mais.
Nota: 3,75

Quadrinhos


Uma bolota molenga e feliz – Sarah Andersen
Esse livro reúne algumas tirinhas da autora, que são bem populares na internet. São historinhas simples, curtas e bem-humoradas sobre a vida de uma jovem nos dias de hoje. É uma boa leitura descompromissada.
Nota: 3

Animes


Mahou Shoujo-tai Arusu
Anime sobre uma menina comum, Arusu, que vai parar em um mundo mágico. Lá, ela se depara com uma sociedade bruxa que a vê com desconfiança, mas logo conquista amigos com seu jeitinho engraçado, corajoso e bondoso. No entanto, esse mundo se encontra em crise, e Arusu talvez seja a chave para resolver os problemas. Esse é um anime do estúdio 4°C, que é mais conhecido pelos filmes e curtas um pouco mais experimentais do que a média. Visualmente, é um anime muito bonito (apesar de irregular), com personagens e um universo interessantes, mas achei a história fraca. Talvez ele tenha sido prejudicado pela curta duração dos episódios (cerca de 10 minutos cada), o que gera problemas de ritmo e desenvolvimento do enredo.
Nota: 2,75


Chouyaku Hyakuninisshu: Uta Koi.
Esse anime foi uma surpresa muito positiva! Cada episódio é baseado em um poema/poeta da antologia Hyakuninisshu, geralmente com tema amoroso. A maioria dos personagens são figuras históricas e poetas importantes, como Sei Shonagon, autora de O livro do travesseiro, e Murasaki Shikibu, autora do Genji Monogatari. O anime conta histórias de amores impossíveis, amores com finais felizes, amores improváveis e às vezes de algumas amizades, tudo com a poesia em papel de destaque. Para quem tem algum interesse em poesia japonesa e na vida da corte no Japão antigo, é um anime mais que recomendado.
Nota: 4


Aku no Hana
Takao é um garoto que adora ler, especialmente As flores do mal, de Baudelaire. Um dia, ao voltar à escola para buscar o livro que ele esqueceu na classe, ele vê as roupas de ginástica da menina de quem ele gosta e as pega. No dia seguinte, todos da escola estão achando que um pervertido roubou as roupas da garota, e Takao se sente incrivelmente culpado. Para piorar, a esquisitona da classe o viu pegando as roupas e ameaça revelar o segredo, a não ser que ele faça um pacto com ela. Esse anime foi bastante criticado pela animação em rotoscopia, que deixa os personagens com um visual bastante atípico em animes e que muitos consideram feio (eu achei normal). Eu já sabia da polêmica antes de começar a assistir, então fiquei bastante surpresa com o quanto gostei do visual realista da obra e o quanto achei que ele combinou com o clima geral da série. A história capturou minha atenção desde o comecinho, pois é bastante impactante, e o anime é excelente em criar um clima de tensão. A única coisa que realmente me incomodou é que a série termina em aberto, preparando-se para uma segunda temporada que provavelmente não virá. Vou ter que ler o mangá, mas provavelmente vou estranhar o visual convencional dele. :P
Nota: 4,25

Filmes


Moonlight
Queria ver esse filme desde a época do Oscar, mas fui adiando e adiando. No final, achei meio decepcionante, não porque seja um filme fraco, mas porque não vi nada de muito excepcional nele.
Nota: 3,5


Dançando no escuro
Que filme triste! Mesmo já sabendo que ele seria triste, achei ainda mais triste do que esperava. Ele conta a história de uma mulher que está perdendo a visão e trabalha duramente em uma fábrica para pagar a cirurgia de seu filho e poupá-lo da doença. Apesar da vida dura, ela é otimista e, como grande entusiasta de musicais, fica devaneando e transformando sua rotina em um musical.
Nota: 4


Toast
Filme simpático sobre um garoto que, após a morte da mãe, tenta conquistar a afeição do pai preparando pratos deliciosos. No entanto, ele tem a concorrência da faxineira, uma cozinheira de mão cheia que também quer conquistar o afeto do pai dele. É um filme agradável, mas não é muito mais que isso.
Nota: 3,5


O garoto fantasma
Animação francesa dos mesmos diretores de Um gato em Paris. No filme, um menino internado no hospital descobre que consegue sair do corpo e passear por aí. Ao conhecer um policial no hospital, ele usa essa habilidade para ajudá-lo a encontrar um grupo de criminosos que estava ameaçando a cidade. É um filme bem bonitinho.
Nota: 3,5


Digimon Adventure tri. 5: Kyousei
O quarto filme de Digimon foi bem ruinzinho, então não estava nada animada em ver o quinto. Comparando com o anterior, até que ele não é tão ruim, mas o grande intervalo entre cada lançamento me fez esquecer toda a história e tudo virou uma grande bagunça na minha mente. No geral, o filme apresenta os mesmos defeitos dos anteriores, como problemas de ritmo e várias questões ainda não respondidas na narrativa. Estou achando que Digimon tri. foi um erro, mas continuo assistindo porque sou trouxa.
Nota: 2,75

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Livro: O brilho do amanhã

Título: O brilho do amanhã
Título original: Radiance of Tomorrow
Autor: Ishmael Beah
Tradução: George Schlesinger
Editora: Companhia das Letras

O vilarejo Imperi foi quase completamente destruído durante a guerra civil na Serra Leoa. Após a guerra, seus moradores retornaram aos poucos, reconstruindo seus lares, reatando os laços entre eles e retomando tradições. No entanto, voltar à normalidade é complicado, especialmente quando uma grande companhia mineradora se instala na região, transformando a vida dos habitantes.

A história se concentra em dois personagens, Benjamin e Bockarie. Em um ambiente violento, corrupto e em que falta de tudo, os dois professores tentam dar educação às crianças e unir a comunidade. O livro mostra o impacto doloroso e cruel da guerra e do colonialismo nas vidas sofridas dos personagens, mas também mostra como eles resistem e encontram esperança e alegria uns nos outros.

O que tenho a criticar no livro é que achei que o autor cai na tentação de mostrar a tradição como o lado certo, como se os costumes da vida pré-guerra fossem o ideal, e as mudanças fossem sempre para pior. (Não que isso não seja o que acontece na vida real, mas às vezes o número de desastres da história parece exagerado. Nem dá tempo para você sentir o impacto de um desastre para outro acontecer logo em seguida.)

O estilo do autor também não me agradou tanto quanto eu gostaria. Ele às vezes usa imagens derivadas da tradição oral e das línguas locais, em um tom poético, o que é interessante, mas não achei que esse estilo casa muito bem com o resto do texto, mais convencional.

Em suma, apesar da capa simpática em cores vivas e do nome esperançoso, O brilho do amanhã é um romance intenso, que nos mostra a realidade cruel da Serra Leoa. E apesar das minhas críticas, ele é bastante impactante e apresenta alguns personagens interessantes.

Lido para o Desafio Volta ao Mundo em 80 Livros, representando a Serra Leoa.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Randomicidades do mês: setembro/2017 (animes, séries e filmes)

Continuando com as randomicidades de setembro...

Animes e séries


Sengoku Choujuu Giga: Kou
Anime curtinho que retrata figuras históricas do período Sengoku como animais e faz piada com situações históricas. O que me atraiu nesse anime foi a arte, que lembra arte clássica japonesa. Infelizmente, boa parte das histórias exigem do espectador algum conhecimento dos personagens e acontecimentos históricos para fazer sentido. Como não tenho esse conhecimento, não entendi várias piadas e fiquei meio perdida em alguns dos episódios, mas, como ele têm apenas cerca de três minutos, não foi tão ruim assim. É um anime engraçadinho e meio bizarro. Não gostei o suficiente para assistir à segunda temporada, mas valeu a pena ter matado a curiosidade de conhecer o desenho.
Nota: 2,75


Master of None (2ª temporada)
Conheço algumas pessoas da internet que amam muito essa série. Eu não sou tão entusiasta dela, mas a acho gostosinha de assistir e de vez em quando tem alguns episódios muito bons. Essa temporada se inicia com o Dev na Itália, aprendendo a fazer massas e a falar italiano. Confesso que não gostei muito dessa parte e fiquei contente quando ele voltou para Nova York. O destaque foi o episódio do Thanksgiving, que mostra o almoço de família de Denise (uma das amigas de Dev) ao longo dos anos. Pena que a série terminou com episódios meio fracos.
Nota: 3,5


Hoozuki no Reitetsu
Hoozuki é assistente de Enma, rei do Inferno. Ele trabalha com eficiência, frieza e sadismo para administrar a região, manter os funcionários na linha e punir todos que merecem. O anime apresenta personagens de lendas orientais, como Momotaro, além de figuras da mitologia judaico-cristã, como Belzebu. Como em qualquer anime de comédia, algumas piadas são engraçadas, outras não têm graça nenhuma (e algumas você fica sem entender por falta de referência), mas o anime tem um charme que me conquistou mesmo quando o humor falhava. O character design é muito bonito e criativo (o Shiro é um dos cachorros mais fofinhos que já vi) e as paisagens do Inferno são incríveis.
Nota: 3,5


Tsurezure Children
Com 12 minutos por episódio, esse anime mostra diferentes casais. Há amigos de infância que vivem fazendo piadas entre si e não sabem como agir quando começam a namorar, a menina tímida que não percebe que o colega gosta dela, a delinquente que se apaixona pelo representante da classe. Há declarações de amor, desentendimentos, momentos de nervosismo e sorrisos. Essa maneira panorâmica de contar a história é bem interessante e dinâmica, apesar de não se aprofundar muito em nenhum casal. O anime tem seus momentos bobos e clichê, mas é uma comédia romântica fofa e agradável.
Nota: 3,5


WWW.Working!!
Esse anime se passa no mesmo restaurante que o anime Working!!, porém apresenta personagens diferentes. Como na primeira série, temos um grupo de personagens cheios de excentricidades e as mesmas piadas são repetidas à exaustão. No entanto, no primeiro anime, acabei me apegando à maioria dos personagens com o tempo e apreciando a evolução deles. Já neste, só fiquei irritada mesmo. Alguns dos coadjuvantes são divertidos, mas achei a história dos protagonistas, com toda a coisa do chocolate de dia dos namorados, insuportável, e isso estragou um pouco a experiência de acompanhar a série. Além disso, não consegui deixar de comparar os personagens deste anime com os do “original”, e eles saíram perdendo feio.
Nota: 2,75


Neo Yokio
Essa é uma produção da Netflix em estilo anime. Quando fiquei sabendo dela, fiquei curiosa porque ela foi criada pelo vocalista do Vampire Weekend. Quando vi o trailer, fiquei ainda mais curiosa, porque parecia trash demais. E quando assisti, vi que é trash mesmo. Neo Yokio é uma metrópole modernosa, dominada pelos ricos. Kaz é um desses ricos, mas não tão rico assim, pois ele precisava trabalhar no negócio da família, caçando demônios, embora preferisse ficar deprimido em seu canto devido ao fim de um namoro. Ele então parte para o trabalho, encontrando uma blogueira de moda muito influente, lidando com a alta sociedade da cidade, subindo e descendo no ranking de solteiro mais desejado e derrotando alguns demônios pelo caminho. É difícil dizer se Neo Yokio é propositalmente ruim, mas, para mim, ele é o tipo de ruim que quase vira bom.
Nota: 3

Filmes


Moulin Rouge
De tanto ver patinadores anunciando programas com as músicas de Moulin Rouge, decidi que era hora de ver filme. Não gosto muito de musicais, não gostava das músicas do filme que já conhecia e não gosto muito da estética exagerada do Baz Luhrmann, então as expectativas eram baixíssimas. No começo as expectativas se confirmaram, mas no final até que envolvi com a história. Não é nenhuma obra-prima, não merece ser warhorse de patinação, mas fazer o quê? 
Nota: 2,75


Invasão zumbi
Pelo título, esse é um filme que eu nunca veria. No entanto, vi muita gente falando bem dele e resolvi dar uma chance. No filme, um homem muito ocupado com o trabalho está levando a filha para Busan para visitar a mãe, porém as coisas começam a sair de controle quando as pessoas são infectadas e começam a se transformar em zumbis. A parte da ação é bastante empolgante, até para quem não gosta de ação, como eu. A parte mais emocional, sobre a aproximação entre pai e filha, às vezes é piegas demais.
Nota: 3,5 

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Randomicidades do mês: setembro/2017 (livros)

Toda vez que venho escrever o post de randomicidades fico surpresa em ver como minha noção de passagem de tempo está estranha. Sinto como se tivesse lido os primeiros livros da lista há uma eternidade, mas não, foi há apenas um mês. Eu já devia estar me acostumando a isso, no entanto, parece que fico cada vez mais surpresa.

Setembro foi meio agitado e li menos do que gostaria. Empaquei em algumas leituras que prometiam ser rápidas, mas pelo menos consegui terminar a antologia de contos russos que comecei a ler há apenas alguns aninhos, haha. Agora finalmente posso partir para outra das coletâneas de contos que tenho na estante. Quantos anos será que vou demorar em cada uma delas?

Os animes, séries e filmes do mês vão ficar para outro post.

Livros lidos


O jardim de cimento - Ian McEwan
Gosto muito do Ian McEwan, apesar de ele ter um ou outro livro meio chatinho. O jardim de cimento foi o primeiro romance dele e conta a história de quatro irmãos que passam a viver sozinhos depois que os pais morrem. Com medo de ser separados e enviados a um orfanato, eles não contam a ninguém sobre a morte dos pais e tentam se virar por conta própria. É um livro um pouco perturbador, às vezes desagradável, mas bastante fascinante. Me lembrou um pouco o filme Ninguém pode saber do Hirokazu Koreeda.
Nota: 4


Codinome Verity - Elizabeth Wein
Reli esse livro do qual lembrava muito pouco. Ele é bastante elogiado por aí, mas não conseguiu me empolgar, provavelmente porque toda a primeira parte se concentra demais no trabalho das personagens durante a guerra, e achei tudo meio desinteressante. O livro quer que a gente se apegue às protagonistas e à amizade delas, mas senti falta de mais momentos delas juntas e não me apeguei. Apesar disso, é um livro bem escrito, e imagino que alguém um pouco mais interessado na Segunda Guerra e em aviões talvez aproveite mais a leitura.
Nota: 3


Jurassic Park - Michael Crichton
Lembro muito pouco do filme do Spielberg que, apesar de divertido, não me marcou especialmente. Depois de ouvir falar muito bem do livro, fiquei curiosa e decidi ler, mesmo não sendo a maior fã de dinossauros. A primeira metade da história me deixou bem empolgada: gostei de ficar sabendo do parque aos poucos e de ver os personagens entrando em contato com os dinossauros. No entanto, a metade final, com a pane no parque e os dinossauros à solta, me cansou um pouco porque era basicamente os personagens fugindo de um dinossauro para então ser atacados por outro dinossauro.
Nota: 3,5


Zazie no metrô - Raymond Queneau
Uma menina vai passar uns dias com o tio em Paris. Ela quer andar de metrô, mas infelizmente o metrô está em greve, então ela anda por aí, conhecendo pessoas estranhas e passando por situações mais estranhas ainda. É um livro estranho e talvez eu não estivesse no humor certo quando li. Estava gostando dele no começo, mas comecei a me cansar das esquisitices mais para o final.
Nota: 3


Nova antologia do conto russo - Bruno Barretto Gomide (org.)
A antologia reúne contos de 1792 a 1998, com autores famosos como Dostoiévski, Púchkin e Tchekhov e outros dos quais eu nunca tinha ouvido falar. Gosto bastante do pouco que li de literatura russa, porém boa parte dos contos selecionados aqui não me agradou tanto. Em certos momentos, senti que estava lendo os contos só para acabar o livro, sem me importar muito com as histórias. Apesar disso, gostei de conhecer autores de diferentes épocas e estilos. Meus contos preferidos foram "Luz e sombras", de Fiódor Sologub, sobre um garoto que fica fascinado em criar sombras com as mãos, a ponto de negligenciar os estudos para ficar criando imagens nas paredes, e "O caça-ratos", de Aleksandr Grin, sobre um homem que se abriga em um labiríntico prédio abandonado, onde ouve e vê coisas estranhas.
Nota: 3,25


Opisanie Świata - Veronica Stigger
Um polonês recebe uma carta de um filho que ele nem sabia que tinha. Internado na Amazônia, o filho pede que ele venha lhe visitar. O pai parte rumo ao Brasil e conhece um brasileiro excêntrico que decide acompanhá-lo na jornada cheia de acontecimentos inusitados e surreais. É um livro bem divertido.
Nota: 4

Quadrinhos


A cidade da luz - Inio Asano
O mangá acompanha a vida dos moradores da Cidade da Luz, uma área residencial com enormes prédios. Há um adolescente que ajuda as pessoas a se suicidarem, um jovem autor de mangás, uma dupla de meninas adolescentes, dois homens que criam uma menina que talvez seja filha de um deles. A estrutura da obra lembra a de Nijigahara Holograph, com histórias que se entrelaçam levemente, embora aqui elas sejam mais lineares. Como é Inio Asano, não espere nada muito feliz.
Nota: 3,25


Entre umas e outras - Julia Wertz
Graphic novel autobiográfica sobre a mudança da autora de São Francisco para Nova York. Em vez de uma versão descolada da vida na cidade, encontramos as dificuldades de se adaptar, de arranjar emprego e apartamento, tudo com uma boa dose de humor autodepreciativo. O traço, não vou mentir, é meio feio. Esse não é o quadrinho para quem gosta de ficar se deleitando com as ilustrações. Porém, se você relevar isso, dá para se divertir bastante.
Nota: 3,75