quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Randomicidades aleatórias: novembro/2016 (parte 1)

Novembro foi um mês arrastado, principalmente nesse final. Estamos no fim do ano e já estou pensando nos projetos literários do ano que vem, o que é bom, porque consigo me animar com pelo menos alguma coisa. Ainda não sei o que vou fazer, se vou participar de algum desafio e tal. Alguém tem alguma sugestão?

Neste mês não li/vi nada muito espetacular, mas em compensação entrei na onda da nostalgia e comecei a reler uma série de livros muito querida e a rever uma série da adolescência. Além disso, comprei mais livros do que deveria, perdendo todo o controle que tive no mês passado, mas isso é assunto para o segundo post de randomicidades.


Livros lidos


Desventuras em série - livros 1 a 4 - Lemony Snicket (Mau começo, A sala dos répteis, O lago das sanguessugas, Serraria baixo-astral)
O lançamento da série da Netflix previsto para janeiro foi a deixa para eu mergulhar novamente nas vidas desventuradas de Violet, Klaus e Sunny. Adoro demais essa série de livros e estou me divertindo muito relembrando todos os momentos ruins e bons da história. Curioso como, mesmo já tendo relido em outras ocasiões, os livros ainda parecem uma novidade. Estou ansiosa para começar a mergulhar nos mistérios que aparecerão nos próximos volumes, dos quais já não me lembro tão bem.
Nota: 4 para todos, mas acho que meu preferido por enquanto é o Mau começo (achei que meu preferido seria A sala dos répteis, mas não foi)


A nona vida de Louis Drax - Liz Jensen
O livro conta a história de Louis, um menino de nove anos propenso a acidentes que ficou em coma após cair de um penhasco. Narrado em duas vozes, a do menino e a do médico responsável por ele, o livro desvenda o mistério por trás do acidente que o deixou naquele estado. Gostei bastante das partes narradas pelo menino, mas não gostei muito do médico. A leitura demorou um pouco para engrenar, mas assim que você começa a descobrir mais coisas, a história se torna mais interessante.
Nota: 3,25


Um homem morto a pontapés - Pablo Palácio
Nota: 3


Enclausurado - Ian McEwan
Inspirado em Hamlet, esse livro chama a atenção pelo narrador inesperado: um feto. De dentro da mãe, ele ouve e sente tudo o que acontece ao seu redor e, mesmo sem nem ter nascido, já tem que se deparar com o terrível fato de que sua mãe e o amante dela estão tramando o assassinato de seu pai. Sou fã do Ian McEwan e fazia tempo que não lia um livro dele, foi bom matar a saudade.
Nota: 4


O que aconteceu com o adeus - Sarah Dessen
Há muito tempo comecei a ler esse livro e parei. Agora finalmente voltei a ele. Gosto muito do pouco que li da Sarah Dessen; gosto de como ela constrói os dramas familiares, as amizades e os amores, e acho os personagens fáceis de se identificar. Infelizmente nesse livro não senti empatia nenhuma com a protagonista, o romance não me conquistou e as brigas dela com a mãe me irritaram. Gostei da amiga excluída e da gerente do restaurante, no entanto, e preferia que o livro fosse mais focado no grupo de amigos da Mclean.
Nota: 3,25


Raul Taburin - Sempé
Raul Taburin é o melhor mecânico de bicicletas da cidade, mas ele esconde um segredo: apesar da grande experiência em consertar as magrelas, ele não sabe andar de bicicleta. A história é uma graça, e as ilustrações de Sempé, com seu traço simples, são incríveis.
Nota: 4,5

Quadrinhos


Helter Skelter - Kyoko Okazaki
Esse mangá, bastante comentado e premiado, é sobre Lilico, uma modelo incrivelmente bela e popular. Sua boa aparência, no entanto, é fruto de inúmeras cirurgias plásticas que a transformaram em uma mulher completamente diferente do que ela antes. As cirurgias lhe deram a beleza e o sucesso que ela almejava, mas não duram para sempre. Logo o corpo de Lilico começa a se deteriorar e, ao ver tudo o que conquistara em risco, sua mente vai seguindo o mesmo caminho. É um mangá bastante intenso, meio grotesco, com uma protagonista desagradável e humana.
Nota: 4


O muro - Céline Fraipont, Pierre Bailly
Livro sobre uma menina de treze anos cuja mãe abandonou a família para ficar com o amante e o pai fica ausente durante a maior parte do tempo. Sem nenhum responsável por perto, ela se sente abandonada, entediada e confusa. A arte é fantástica, com um estilo cheio de sombras. O final me pareceu um tanto abrupto, mas tirando isso, gostei muito.
Nota: 4

Animes e séries


Bananya
Anime sobre um gato-banana. Com apenas três minutos por episódio, o desenho mostra Bananya e seus amigos fazendo gato-bananices pela casa. É bem bobinho e incrivelmente fofo.

Comecei a rever The O.C., minha série queridinha da adolescência; também comecei uma porção de animes: Aoi Bungaku, série que adapta clássicos da literatura japonesa e que pretendo ir assistindo aos poucos, a medida em que ler os livros; Onara Gorou, anime curtinho sobre um pum (sim, é isso mesmo); e Those Who Hunt Elves II, anime que assisti na época da Locomotion e agora decidi rever.

Filmes


Cinco centímetros por segundo
O Makoro Shinkai é um dos diretores japoneses de animação mais consagrados da atualidade, e esse é um dos seus filmes mais famosos. Com cenários deslumbrantes e a sensibilidade que são suas marcas registradas, ele mostra o relacionamento de dois jovens que eram muito próximos na infância e foram perdendo contato com o tempo. A história é bonita, mas é um pouco maçante/brega se você não gostar do estilo. Além disso, a presença constante de um narrador me incomodou bastante e dificultou a criação de vínculos com os personagens.
Nota: 3,5


Um filme sobre o amor
Filme visto na aula de húngaro. Só agora percebi que ele tem um tema muito semelhante ao de Cinco centímetros por segundo, haha. Basicamente, o relacionamento de dois jovens muito próximos na infância e na adolescência, mas que acabam separados por forças externas. Gostei do filme, apesar de ainda ficar bem confusa com os acontecimentos históricos da Hungria (é, tô precisando estudar mais).
Nota: 3,5


Mesmo se nada der certo
Filme fofo sobre um produtor falido que se encanta pelo talento de uma cantora e propõe ajudá-la na gravação de seu álbum. É quase a versão hollywoodiana de Once, só que com músicas menos interessantes (mas ainda amo Lost Stars e gosto de toda a ideia por trás do álbum). É gostosinho de assistir, despretensioso, fofo.
Nota: 3,5


O silêncio dos inocentes
Finalmente vi esse filme inteiro! Eu já tinha visto trechos em uma viagem, mas até então não tinha me animado a assistir tudo. Gostei, o suspense é bem envolvente e os personagens são interessantes, mas talvez eu esperasse um pouquinho mais.
Nota: 4


Louca obsessão
Acho que se eu não tivesse lido o livro teria gostado bem mais do filme. O livro é bem mais pesado e angustiante e não pude deixar de ficar comparando alguns acontecimentos. Em compensação, o filme não tem aqueles capítulos insuportáveis com a história da Misery, o que sempre é um ponto positivo, hahaha.
Nota: 3,25

Por enquanto é isso. O post de compras vem em breve.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Livro: Um homem morto a pontapés

Título: Um homem morto a pontapés, seguido de Débora
Título original: Un hombre muerto a puntapiés / Débora
Autor: Pablo Palacio
Tradutor: Jorge Wolff
Editora: Rocco

Mais um livro da coleção Otra Língua aqui no blog, desta vez do autor equatoriano Pablo Palacio. O livro reúne contos e uma novela publicados originalmente em 1927. São textos bastante modernos, fragmentados, com inovações tipográficas e temas incomuns para a época, como a homossexualidade, o canibalismo e a bruxaria

Nunca sei como escrever sobre livros de contos, então vou comentar brevemente sobre os que mais me agradaram:

Um homem morto a pontapés: No conto que dá título ao livro, o personagem lê uma matéria no jornal sobre um homem morto a pontapés e fica fascinado pelo caso, a ponto de partir em busca de informações por conta própria e tentar reconstituir com detalhes o momento do crime. É meio divertido acompanhar o protagonista em seu método indutivo que leva ao desfecho trágico e violento do homem morto a pontapés.

A dupla e única mulher: Conto sobre uma mulher que nasceu dupla, com dois corpos conectados. Bastante insólita e melancólica, a história mostra a adaptação da personagem ao mundo e o isolamento em que ela vive.

Já a novela "Débora", sinceramente, achei meio chata e bastante esquecível, tanto que estou tendo dificuldade em lembrar dela para escrever aqui. Acho que preciso resenhar os livros logo que acabo de ler em vez de ficar procrastinando.

Concluindo, o livro reúne contos bastante variados, alguns interessantes, outros nem tanto. Terminei de ler alguns deles sem saber muito bem o que achei. Vale a pena para quem tem interesse em conhecer mais sobre a literatura equatoriana e/ou gosta de literatura modernista.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Livro: Hamlet

Título: Hamlet
Autor: William Shakespeare
Editora: Simon & Schuster

Acho que todos conhecem o básico da história de Hamlet: o príncipe da Dinamarca vê o fantasma do pai, que conta que foi morto pelo irmão e pede ao filho que o vingue. Hamlet se sente pressionado a agir, mas hesita. Mesmo ao comprovar a culpa do tio, ele não age e prefere mergulhar em reflexões e se fingir de louco, o que leva a um monte de confusões muito loucas e a um final trágico.

Finalmente ler um clássico tão conhecido foi uma experiência interessante, mas um pouco insatisfatória. Vamos começar pelo maior problema: eu li em inglês. Não sou a mais fluente das leitoras quando se trata de linguagem antiga e não tenho muita paciência para ir atrás de palavras que não conheço ou expressões que não entendi. Ou seja, fiquei sem entender uns trechos e estou nem aí para as belezas da linguagem, para as brincadeiras com as palavras etc. Por outro lado, é razoavelmente tranquilo seguir a história; são as nuances que se perdem.

O outro problema é que, por mais interessante que seja ler as frases famosas (como "ser ou não ser, eis a questão" ou "há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia") no contexto original, achei os solilóquios chatinhos e meio difíceis de entender (o que é consequência dos meus problemas com a linguagem, mas imagino que eu também acharia os solilóquios chatos em português).

O lado bom da leitura é que a história é bastante interessante, às vezes até empolgante, mesmo já se conhecendo o enredo básico e as principais questões abordadas. Inclusive, talvez por já sabermos de algumas das coisas que estão por vir, conseguimos prestar atenção em outros aspectos e analisar melhor o que nos é apresentado. Como disse o Ítalo Calvino, um clássico é um livro que, por mais que pensemos conhecer, se revelam novos quando o lemos. Acho que Hamlet se encaixa bem nesse caso.

Livro lido para o Desafio Literário Skoob (um clássico).

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Randomicidades do mês: outubro/2016

Outubro foi um mês que passou voando. Devido ao início dos Grand Prix de patinação no gelo, ao Terrace House e a eu ter empacado em algumas leituras, não li muita coisa e nem vi muitos filmes como eu pretendia, mas tudo bem. O bom de outubro é que não comprei nenhum livro. Meu dinheiro e minha estante lotada agradecem!

Livros lidos


Love - Stephen King
Nota: 3,25


Por lugares incríveis - Jennifer Niven
Esse YA fez bastante sucesso quando foi lançado e despertou minha curiosidade por abordar assuntos como o suicídio. Não gostei muito dos personagens (principalmente do Finch, que é bem irritante) e isso fez com que eu não gostasse tanto do livro em si. Também preferia que o livro focasse mais na amizade, que era o que eu imaginava no começo, mas o foco é no romance mesmo, e um romance que não me convenceu. Apesar disso, é uma leitura bem fluida e, meio contra a vontade, me emocionei em alguns momentos.
Nota: 3,25


Contos maravilhosos infantis e domésticos - 1812 - 1815 - Jacob e Wilhelm Grimm
Comecei a ler esse livro faz um tempão, mas como eu o pegava para ler muito ocasionalmente, demorei mais de um ano para terminar. A coletânea reúne alguns dos contos de fadas que todos nós conhecemos, como Cinderela e Rapunzel, mas também alguns contos desconhecidos. Destes, alguns apresentam aqueles elementos típicos dos contos tradicionais, como objetos mágicos, três irmãos, princesas etc, e outros têm histórias um tanto bizarras, principalmente os protagonizados por animais ou objetos. Alguns têm uma moral bem óbvia, outros me deixaram bem confusa. Essa edição da finada Cosac Naify é muito bonita, com ilustrações em estilo cordel e páginas coloridas.
Nota: 4


O rosto de um outro - Kobo Abe
Nota: 3


Hamlet - William Shakespeare
Vou resenhar em breve
Nota: 3,25


The Delicate Prey - Paul Bowles
Livrinho que reúne três contos desse autor que eu não conhecia. Dois dos contos se passam no Marrocos, eu imagino, e um em algum lugar da América Latina talvez. São contos bem mais intensos do que eu esperava, alguns bastante violentos, e me deixaram um tanto desconfortável. Apesar de nenhum dos contos ter me conquistado muito (talvez o último, quem sabe), fiquei curiosa para conhecer mais da obra do autor.
Nota: 3,25

Quadrinhos


Sayonara ga Chikai no de
Mangá one-shot sobre o fim da vida de Souji Okita, capitão da primeira divisão do Shinsengumi, que morreu de tuberculose. Okita é retratado como um homem genial com a espada, mas a quem falta motivação para lutar e para viver. Gostei da abordagem pé no chão, que não romantiza a figura histórica.
Nota: 3,75

Comecei a ler: Mushishi, mangá que originou meu anime preferido. Ainda só li o primeiro capítulo. Como são histórias independentes, pretendo ler aos poucos.

Animes e séries


Terrace House: Boys and Girls in the City - 2ª temporada
Temporada final desse reality show japonês que reúne seis pessoas que não se conhecem em uma casa. Apesar da premissa clichê, o programa é incrivelmente viciante. Nessa temporada rolaram altas tretas, o que tornou tudo ainda mais interessante.
Nota: 4,25


Zankyou no Terror
Assisti a esse anime porque ele é dirigido pelo Shinichiro Watanabe, que dirigiu dois dos meus animes preferidos: Cowboy Bebop e Samurai Champloo. A premissa, sobre uma dupla de adolescentes terroristas, não me interessou muito, mas como o anime é bastante elogiado, resolvi dar uma chance. A primeira metade não me conquistou, achei alguns personagens bem descartáveis e os protagonistas sem muito desenvolvimento, mas o final foi tão bem construído visual e musicalmente que isso compensou alguns dos defeitos. Narrativamente, o anime recorre a algumas soluções fáceis para fazer a história andar e gasta tempo demais em coisas que não são muito importantes (cof, cof, Five). No geral, achei ele um tanto confuso, mas como sou conquistada facilmente com cenas bonitas, a impressão final não é ruim.
Nota: 3,25

Comecei a assistir: Yuri!!! on Ice (anime sobre patinação no gelo, é claro que eu ia assistir!)

Filmes


Digimon Adventure tri. 3: Kokuhaku
Terceira parte de Digimon tri., dessa vez focada no Izzy e Tentomon e no TK e Patamon. Apesar dos pesares, esse foi o meu filme preferido por enquanto. Ainda está longe de ser algo ótimo, mas tem drama com o Patamon, então é óbvio que eu ia gostar. O Patamon é o meu ponto fraco.
Nota: 3,5


O silêncio do céu
Dirigido pelo Marco Dutra (Trabalhar cansa, Quando eu era vivo), esse filme se passa no Uruguai e conta a história de um casal. O marido vê a mulher ser estuprada, mas é tomado pelo medo e não consegue agir. A mulher, que não sabe que o marido sabe, finge que nada aconteceu. O silêncio entre eles vai os distanciando enquanto os dois tentam superar o trauma. Gosto de como o diretor consegue construir um clima tenso e sufocante em umas cenas bem banais.
Nota: 3,5


Dente canino
Filme grego estranho e fascinante sobre uma família em que os pais não deixam os filhos saírem de casa até chegarem à maioridade, que é quando os dentes caninos caem (ou seja, nunca). Criados sem contato com o mundo externo, os filhos ficam à mercê dos pais e vivem em um estranho mundo protegido e alienado. Boa parte do filme me deixou perplexa, confusa e desconfortável. Se você gosta de filmes que te deixam assim, recomendo!
Nota: 4