quarta-feira, 29 de abril de 2015

Anime: Shigatsu wa Kimi no Uso


Shigatsu wa Kimi no Uso
Episódios: 22
Ano: 2014-2015
Diretor: Kyohei Ishiguro

Arima Kosei era um menino prodígio do piano. Desde pequeno, ganhava todas as competições e inspirava todos os que o ouviam. Porém, após a morte da mãe, ele não consegue mais ouvir o som do piano ao tocar e desaparece da cena musical. Até que, aos catorze anos, ele conhece uma violinista cheia de vida que vai ajudar a mudar o modo como ele enxerga as coisas.

O que me atraiu a princípio em Shigatsu foi a música. Adoro música clássica, mas não conheço muita coisa e sinto que quando eu ouço as músicas em outras mídias eu consigo apreciá-las mais. Além disso, um dos meus animes preferidos é Nodame Cantabile, que também é sobre música clássica. No entanto, é um erro assistir Shigatsu como se fosse um novo Nodame Cantabile, porque enquanto Nodame retrata o amadurecimento musical de personagens imersos nesse universo, Shigatsu usa a música como uma escada para o amadurecimento pessoal dos personagens.


Shigatsu é um anime muito agradável de assistir. A arte é muito bonita, embora às vezes eu ache os cenários "bonitos demais" e não seja tão fã do character design, a trilha sonora tem momentos ótimos e eu simplesmente adoro a primeira abertura, "Hikaru Nara". A história é interessante e, apesar de alguns problemas de ritmo, foi bem desenvolvida.

"Hikaru Nara" em versão acústica:

Mas agora chegou a parte em que eu começo a falar dos problemas e fica parecendo que eu não gostei do anime, sendo que eu gostei (minha nota seria algo como um 7,5).

Problema 1: melodrama. Eu gosto de drama, adoro filmes/livros/etc tristes que dão vontade de se acabar de chorar na cama, mas aqui eu achei que faltou sutileza. Chegou a um ponto em que em todo episódio algum personagem tinha um colapso emocional e aí eu cansei. Em poucos momentos consegui me emocionar com os momentos dramáticos (acho que só no último episódio mesmo).

Problema 2: monólogos interiores. Shigatsu usa bastante o recurso de mostrar os pensamentos dos personagens de maneira poética. Acho brega, mas se isso for usado com moderação acho tolerável (como em Honey & Clover), mas em Shigatsu isso acontecia o tempo e os pensamentos eram repetitivos demais. Alguns dos momentos que eu mais apreciei no anime foram os concertos, mas muitos foram arruinados pelo excesso de monólogos interiores com os mesmos flashbacks e as mesmas frases. Eles deviam deixar a música e as imagens falarem por si.

Kaori

Problema 3: Kaori. Ela não foi muito bem desenvolvida e não consegui gostar dela, nem nos momentos bons nem nos ruins. Os outros personagens também não são lá muito agradáveis, mas, no caso do Kousei, pelo menos houve um bom desenvolvimento, e no caso da Tsubaki, sei que muita gente a odiou, mas eu quase sempre gosto da personagem "amiga de infância" e gostei de ela ter atitudes pouco louváveis porque me pareceu mais humana.

Agora vamos falar de coisas boas: o anime teve momentos memoráveis e que realmente me empolgaram, o que talvez contribua para a minha irritação com os momentos ruins. Mais para o final do anime eu já estava um pouco cansada dele, mas o fim me agradou muito. O último concerto foi incrível, sem muita falação, do jeito que eu queria, e alguns momentos foram lindos. Apesar dos problemas, eu gostei de acompanhar o anime. Não é desses de que eu vou me lembrar com carinho e empolgação, mas valeu a pena ter assistido.

4 comentários:

  1. Oi, Lígia! Comentando por aqui, espero não incomodar!

    Ao contrário de você, não vi o anime, li o mangá de Kimi no Uso - mas minhas impressões foram bem parecidas. Imagino que os momentos de monólogos interiores durante concertos podem ser ridículos no anime. Acho que em mangá é mais fácil a suspensão de descrença.

    Mas deixa eu dar uma defesa da Kaoru. No mangá não acho que ela seja mal desenvolvida; há nela o conflito entre querer mostrar carinho e estar perto de Arima, e ao mesmo tempo não poder, porque sabe que só irá machucá-lo ainda mais. Para mim é fácil sentir empatia por ela, haha. Mas no final das contas, como você disse, não acho que tanto melodrama ajudou.

    Mas também gosto muito da Tsubaki e ela e o Arima tem o momento mais fofo da história, quando ele diz que, já que ela não se importa, ele estará do lado dela. Hahaha.

    Abraços!

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    1. Oi José. É, no mangá os monólogos interiores não devem incomodar tanto e não vão atrapalhar a música.

      Imagino que no mangá a Kaori tenha sido mais bem desenvolvida. No anime senti que ela ficou meio caricata, e apesar de podermos perceber nela esse conflito, as atitudes dela eram meio extremas e irritantes.

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  2. Vim aqui, 243 dias depois de ter começado a assistir o anime (risos), para dar a minha opinião depois de ter terminado e percebi que nossa opinião é mais parecida do que eu imaginava, apesar de eu ter dado uma nota mais baixa (6). Eu gostei do final, acho que de certa forma explica por que a Kaori é uma manic pixie dream girl. A tal da mentira eu achei bem óbvia, né, achei que seria algo mais dramático. Na verdade, acho que gostei do final justamente porque achei que teria mais melodrama, que o Kousei iria ter um colapso de novo, se matar ou coisa parecida (até que percebi que um episódio era demais para ter tudo isso).
    E de forma geral, achei o ritmo do anime muito variado. O começo abusou dos monólogos interiores, as partes das competições com os rivais são mais rápidas e os episódios finais são mais sem graça. :P

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    1. Yay, finalmente! Também achei que o final seria mais dramático e gostei da forma como ele foi conduzido.

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