sexta-feira, 30 de maio de 2014

Cloud Atlas

Título: Cloud Atlas
Autor: David Mitchell
Editora: Sceptre

Não costumo resenhar livros que não façam parte de algum desafio, porque sou preguiçosa e resenhas nem sempre saem com facilidade. Mas Cloud Atlas foi dessas leituras que me deixou encafifada, então uma resenha seria legal para dar uma organizada nas ideias (ou na falta delas).

Tenho esse livro há um tempão e vinha adiando a leitura porque tenho preguiça de ler livros longos em inglês, e esse em especial parecia ter uma trama estranha, com potencial para eu não gostar. Então por que tenho esse livro? Porque minha mãe me deu, em uma das compras impulsivas dela de "ouvi falar bem desse livro, quer?". No início eu estava com bastante vontade de ler, mas aí saiu o filme, que (pelo trailer) não tem cara de filme que eu assistiria, e desanimei.

Comecei a leitura com expectativas baixas, que corresponderam à realidade nas vinte primeiras páginas. A partir daí o livro começou a me fisgar, apesar de desanimar em certos momentos.

Cloud Atlas consiste em seis histórias completamente diferentes, a partir do século 19 até um futuro pós-apocalíptico. Os gêneros também são variados: diário de viagem, cartas, entrevista. O livro é organizado como um sanduíche (?), a primeira história volta a aparecer no final, a segunda também é a penúltima etc. Com histórias tão diferentes entre si, é óbvio que umas vão agradar mais e outras menos, mas pelo menos duas delas eu considerei excelentes (as hilárias aventuras do editor Timothy Cavendish e o universo futurista de Somni~451) e duas foram bem arrastadas.

Há elementos comuns entre as narrativas, mas eu não os considerei suficientes para formar um todo coeso, e foi aí que o livro me decepcionou. Li que o autor usou como tema comum entre as histórias a predação humana e, apesar de isso ser desenvolvido em todas elas, não é algo que fique tão evidente assim. Também há um indício de que o livro falará sobre reencarnação, mas felizmente isso é pouco abordado. Não sei muito bem o que eu esperava que conectasse as histórias, só sei que eu esperava mais.

Para mim, o grande mérito do autor nesse livro foi a capacidade de criar diferentes estilos para cada narrador. Há muitos autores que usam narradores diferentes mas não conseguem apagar seu estilo pessoal e tudo acaba uniformizado, já Mitchell foi habilidoso em criar vozes distintas para seus narradores, perfeitamente adaptadas aos gêneros textuais utilizados.

Cloud Atlas acabou sendo uma surpresa e uma decepção, e me deixou meio confusa, o que sempre é bom. Gostei bastante da escrita do autor e fiquei curiosa para conhecer suas outras obras, especialmente porque  várias são ambientadas no Japão.

O livro foi adaptado para o cinema e saiu aqui com o nome genérico de A Viagem. Até onde sei, ainda não há edição brasileira do livro.



quinta-feira, 22 de maio de 2014

Patinação: programas preferidos de 2013/2014

A temporada já acabou há uns dois meses e só agora decidi finalmente fazer esse post. Fiz um post assim, reunindo meus programas preferidos, na temporada de 2011/2012. Minha ideia era torná-lo anual, para ter uma compilação do que mais me chamou atenção na patinação, mas fui procrastinando e não fiz a de 2012/2013.

Como nessa última temporada teve olimpíadas, pude ver a maioria dos programas na tv e foi tudo mais emocionante que o normal. E mais cansativo, porque tive que rever alguns várias vezes.

Meus favoritos (ignorem a presença majoritária de ice dance):

- Pechalat/Bourzat - Le Petit Prince et sa Rose (FD)
Sou suspeita, porque adoro a dupla. Esse programa é bem a cara deles, com escolhas musicais que fogem do óbvio e roupitchas esquisitas.



- Gilles/Poirier - Hitchcock (FD)
Meu programa preferido. Música sombria e elementos inusitados. Já falei dele aqui.



- Hurtado/Diaz - Surviving Picasso (FD)
A dupla espanhola já vinha chamando atenção há algum tempo, mas foi com esse programa que muita gente passou a ver o potencial deles.



- Testa/Csolley - Família Addams (FD)
Adoro quando patinadores pouco conhecidos fazem algo diferente e apostam no lado performático.



- Papadakis/Cizeron - Iron/Run Boy Run/Brotsjor (FD)
E viva as escolhas musicais diferentes! (e uma das músicas toca no filme de Divergente, haha)



- Virtue/Moir - (SD)
Elegantes e refinados.



- Akiko Suzuki (FS)
Não é meu programa preferido dela, mas é tão bom ver a leveza e graciosidade com que ela patina. E essa performance no campeonato nacional japonês foi perfeita. :)



- Carolina Kostner - Ave Maria (SP)
Eu era dessas que não dava mais nada pela Kostner após tantas decepções, mas aí ela veio com esse programa lindo, tão leve e ~etéreo~ e acertou tudo nas olimpíadas e no mundial. Adoro quando veteranos desacreditados dão a volta por cima.



- Duhamel/Radford - Tribute (SP)
Não gosto tanto de pares, mas esse programa me chamou atenção pelos elementos coreográficos.



- Jeremy Abbott - Lillies of the Valley (SP)
O Abbott é um patinador fantástico, mas é dos mais inconsistentes que já vi. Aqui no nacional americano ele foi espetacular, com uma segurança que raramente demonstra em competições internacionais.



- Jason Brown - Riverdance (FS)
Adoro a energia dele. :)



- Yuzuru Hanyu - Parisienne Walkways (SP)
O programa em si não é tão do meu agrado e no começo eu não achava muito a cara do Yuzuru, mas aos poucos ele foi ganhando confiança e apresentou o programa de forma impecável nas últimas competições.



- Daisuke Takahashi - Beatles Medley (FS)
Não é meu programa preferido dele, mas é Daisuke e é Beatles, então... ♥




terça-feira, 13 de maio de 2014

TAG: Isso ou aquilo

De vez em quando fico com vontade de responder umas tags, então selecionei algumas para ir postando aqui no blog. Não sei qual é a origem dessa...

1. Áudio book ou livro?
Livro. Nunca ouvi um audio book e não sei se conseguiria, pois minha atenção tende a se dispersar mais quando dependo apenas dos ouvidos e os olhos estão livres para vaguear.


2. Capa dura ou mole?
Depende. Capa dura costuma ser mais bonita, mas para manusear acho capa mole mais prático.


3. Ficção ou não-ficção?
Ficção sempre!


4. Fantasia ou vida real?
Gosto muito de fantasia, mas atualmente prefiro vida real.


5. Harry Potter ou Twilight?
Harry Potter!


6. E-book ou livro físico?
Livro físico. Tenho lido bastante e-book desde que minha irmã comprou um kindle, mas ainda prefiro ter o livro físico para manusear.


7. Comprar ou pegar emprestado?
Pegar emprestado na biblioteca e dar um rolê pelas redondezas depois. ;)


8. Livro único ou série?
Livro único. Tive minha fase de séries de fantasia, mas cansei.


9. Livraria física ou online?
Gosto muito de poder ver os livros nas estantes, folhear etc., mas desde que comecei a frequentar bibliotecas, consigo satisfazer essa vontade só com elas. Portanto, prefiro comprar livros online, com precinhos mais em conta.


10. Livro longo ou curto?
Curto. Antes eu não me importava com o tamanho, mas agora livros muito compridos me dão certa aflição, principalmente quando sei que serão lentos/densos.


11. Drama ou ação?
Drama. Não sou muito fã de ação (só em alguns mangás/animes).


12. Ler no seu canto ou tomando sol?
No meu canto. Em dias frios, o sol pode até me atrair, mas é sempre assim: nos primeiros minutos você fica contente e confortável, mas depois de um tempo o sol começa a fritar sua cabeça e fica insuportável. Quando eu fazia biologia, tinha uma área na faculdade com bancos sob o sol, e eu sempre ia para lá com um livro/xerox na ilusão de que seria gostoso ficar no calor lendo. Mas não só ficava um calor insuportável, como caíam uns insetos em cima do que eu estava lendo. :P


13. Chocolate quente, café ou chá?
Chá! Não gosto dos outros dois.


14. Ler resenha ou decidir por si?
Tinha uma época em que eu sabia do que eu gostava e confiava no meu instinto ao escolher livros. E eu quase sempre acertava. Agora já não sei mais, então prefiro ler resenhas antes. Está cada vez mais raro eu escolher um livro às cegas...

quinta-feira, 8 de maio de 2014

DL do Tigre: Ratos

Título: Ratos
Autor: Gordon Reece
Editora: Intrínseca
Tema do mês: nome de animal no título

Graças ao tema deste mês do DL do Tigre, finalmente li Ratos. Já havia lido várias resenhas elogiosas e o livro estava na minha fila de espera faz tempo.

O livro é narrado por Shelley, uma adolescente que foi agredida no colégio e se muda com a mãe para uma casa no campo, onde tenta se recuperar do trauma e voltar a uma vida normal. Ela e a mãe são ratos, ou seja, medrosas e submissas, incapazes de confrontar qualquer um. No entanto, na noite de seu aniversário de dezesseis anos, um ladrão invade a casa e a paz das duas é abalada.

Gostei do livro, é uma leitura fluida e, em alguns momentos, surpreendente (apesar de eu achar que a sinopse e as orelhas do livro revelam mais do que eu gostaria). O grande problema do livro foi que o li no momento errado. Eu tinha acabado de terminar Crônica da casa assassinada, do Lúcio Cardoso, uma leitura que me envolveu por quinze dias e que acabou me tornando quase indiferente a Ratos, porque perto da lenta degradação humana e da densidade sufocante que vemos em Crônica da casa assassinada, Ratos me pareceu quase bobinho.

A culpa não é do livro, se eu o tivesse lido em outro momento, certamente ele conseguiria me impactar mais e eu teria aproveitado melhor a leitura. Uma pena.