quarta-feira, 30 de abril de 2014

Rurouni Kenshin Live Action


Em geral versões live action de animações não me atraem, tanto que não me animei em assistir ao filme de Rurouni Kenshin quando ele foi lançado. Mas RK é RK, e de vez em quando me dá uma saudade imensa e uma fome de qualquer coisa relacionada ao mangá. Como não consigo achar traduções dos últimos capítulos do mangá novo, decidi assistir de uma vez por todas ao filme e acalmar minhas lombrigas.

É muito estranho ver personagens de desenho em suas versões em carne e osso, principalmente quando eles têm características físicas pouco realistas ou vestem roupas extravagantes. Apesar de nessa adaptação terem optado por um registro mais realista, ao ver fotos do filme, eu só conseguia achar tudo muito trash. Felizmente a impressão se desfez quando comecei a assistir. Os atores em sua maioria fizeram um bom trabalho e estão bem fiéis a suas versões originais. Achei o ator Takeru Sato ótimo como Kenshin. Outros, personagens, como Sanosuke e Saito, apesar de sofrerem leves modificações ou simplificações, continuam bem fiéis a sua essência.

O filme condensa o primeiro arco do mangá, que inclui o encontro entre Kenshin e Kaoru e o caso do falso Battousai, o duelo contra Jin-e e a batalha contra Kanryu Takeda. Para caber em pouco mais de duas horas, obviamente tiveram que cortar muito da história original, mas fizeram um bom trabalho unindo diversos elementos da trama. No geral, achei tudo muito coeso.

As cenas de ação são numerosas e até que realistas (com exceção da Gatotsu voadora, haha). Como não sou grande fã de filmes de ação, não vou me alongar nesse assunto.

Claro que com adaptações sempre teremos o mimimi dos fãs, e aqui vão os meus:
- Oniwabanshu, cadê você? E o que o Gein e o Banjin Inui estavam fazendo na mansão do Kanryu? Entendo que o foco do filme é o Kenshin e seu voto de não matar, portanto não há espaço para os dramas dos coadjuvantes. Mas por que não colocar Aoshi e Hanya como empregados do Kanryu em vez de Gein e Banjin Inui? Achei estranho incluir os personagens da Jinchu, principalmente porque estão irreconhecíveis (achei que o Gein era o Hanya, por causa da máscara, mas também pensei que podia ser o Aoshi; e só reconheci o Inui por causa dos dreads!).
- Com o Saito sendo apresentado tão cedo, provavelmente não teremos luta épica no dojo Kamiya... mas talvez isso seja bom, porque no mangá e no anime a luta funciona, mas no filme talvez ficasse bizarra.
- Yahiko e Sano não têm desenvolvimento nenhum no filme, e fico imaginando se terão nos filmes futuros. O Yahiko não tem importância nesse filme, é totalmente dispensável. O Sano tem sua luta contra o Kenshin e logo se alia a ele, mas nada é citado sobre seu passado e o Sekihoutai, o que faz com que ele seja um personagem muito unidimensional. E ele nem tem suas discussõezinhas com o Saito. :(

Apesar dos mimimis, fiquei satisfeita com o filme. Não sei se ele funciona bem com quem não conhece a história original, mas é uma adaptação digna. Como ele fez sucesso, temos duas continuações garantidas e isso me deixa ansiosa e feliz ao saber que os fãs de Rurouni Kenshin continuam por aí, que novos fãs podem surgir e que ainda posso ter esperança em ver o arco final animado por completo! (Porque a esperança nunca morre.)


Para quem não conhece Rurouni Kenshin e se interessou, os mangás valem muito a pena! Dá para achar na internet facinho. E se você for desses que prefere coisas mais ~maduras~, o primeiro OVA, Tsuiokuhen, é uma obra-prima, com um tom bem mais sério e denso que o do mangá/anime original.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Desafio Volta ao Mundo em 80 Livros - balanço de aniversário

Faz um ano que iniciei meu desafio pessoal de ler livros de 80 países diferentes (post aqui). Por enquanto li livros de 22 países diferentes, o que não é pouco, mas também não é muito considerando-se que a primeira leva é a mais fácil, já que os países ~populares~ ainda estão no páreo. Ainda faltam vários países fáceis, mas quero ver como vai ser quando eles se esgotarem...

Como gosto de listas e contagens, desde que iniciei o desafio comecei uma lista com todos os livros que li e marquei seus países de origem. Sempre fico curiosa para ver qual é a distribuição geográfica dos livros que leio e agora saberei. ;)

Lista de leituras desde 27/04/2013 (em azul os livros válidos para o desafio, ou seja, de países não repetidos)
1- Germinal - Émile Zola (França)
2. Contos Húngaros - Paulo Ronai (org.) (Hungria)
3. Macbeth - William Shakespeare (Inglaterra)
4. Os Ratos - Dyonelio Machado (Brasil)
5. A idade dos milagres - Karen Thompson Walker (EUA)

6. Afluentes do rio silencioso - John Wray (EUA)
7. Mãos de cavalo - Daniel Galera (Brasil)
8. Crônica de um vendedor de sangue -Yu Hua (China)

9.Compramos um zoológico - Benjamin Mee (Inglaterra)
10. The perks of being a wallflower - Stephen Chbosky (EUA)
11. O caderno vermelho - Paul Auster (EUA)
12. Timoleon Vieta volta para casa - Dan Rhodes (Inglaterra)
13. Bum! - Mark Haddon (Inglaterra)
14. Meio intelectual, meio de esquerda - Antonio Prata (Brasil)
15. Submarino - Joe Dunthorne (País de Gales)
16. Ojos de perro azul - Gabriel Garcia Marquez (Colômbia)
17. Grotescas - Natsuo Kirino (Japão)

18. A lenda do cavaleiro sem cabeça - Washington Irving (EUA)

19. As virgens suicidas - Jeffrey Eugenides (EUA)
20. The Speckled People - Hugo Hamilton (Irlanda)
21. Haroun e o Mar de Histórias - Salman Rushdie (Índia)

22. A vingança da Cagliostro - Maurice LeBlanc (França)

23. Velhas Estórias - Luandino Vieira (Angola)
24. The Progress of Love - Alice Munro (Canadá)

25. O país das neves - Yasunari Kawabata (Japão)
26. A manta do soldado - Lídia Jorge (Portugal)

27. Diário absolutamente verdadeiro de um índio de meio expediente - Sherman Alexie (EUA)
28. O vendedor de sonhos - Augusto Cury (Brasil)
29. Digrace - J. M. Coetzee (África do Sul)
30. Antologia do conto húngaro - Paulo Ronai (org.) (Hungria)

31. Charlie and the chocolate factory - Roald Dahl (País de Gales)
32. The handmaid's tale - Margaret Atwood (Canadá)
33. O rinoceronte - Eugene Ionesco (França)
34. Portnoy's complaint - Philip Roth (EUA)
35. A aventura do pudim de Natal - Agatha Christie (Inglaterra)
36. Livro - José Luís Peixoto (Portugal)
37. Conto de Natal de Auggie Wren - Paul Auster (EUA)
38. Vida e opiniões do cavaleiro Tristram Shandy - Laurence Sterne (Irlanda)
39. Os pequenos homens livres - Terry Pratchett (Inglaterra)
40. The Underdog - Markus Zusak (Austrália)
41. Diário da guerra do porco - Adolfo Bioy Casares (Argentina)
42. Bonsai - Alejandro Zambra (Chile)

43. Let it snow - John Green, Lauren Myracle, Maureen Johnson (EUA)
44. Tchick - Wolfgang Herrndorf (Alemanha)
45. Por isso a gente acabou - Daniel Handler (EUA)

46. Após o anoitecer - Haruki Murakami (Japão)
47. A guerra das salamandras - Karel Capek (República Tcheca)
48. The book of lost things - John Conolly (Irlanda)
49. Harry Potter and the prisoner of Azkaban - J. K. Rowling (Inglaterra)
50. Em chamas - Suzanne Collins (EUA)
51. O oceano no fim do caminho - Neil Gaiman (Inglaterra)
52. O futuro de nós dois - Jay Asher e Carolyn Macker (EUA)
53. Peixe grande - Daniel Wallace (EUA)
54. O cair da noite - Isaac Asimov (EUA)
55. Sua resposta vale um bilhão - Vikas Swarup (Índia)
56. As bruxas - Roald Dahl (País de Gales)
57. Gone Girl - Gillian Flynn (EUA)
58. O castelo nos Pirineus - Jostein Gaarder (Noruega)
59. The Tooth - Shirley Jackson (EUA)
60. Por favor, cuide da mamãe - Kyung-Sook Shin (Coréia do Sul)

61. O fuzil de caça - Yasushi Inoue (Japão)
62. Crônica da casa assassinada - Lúcio Cardoso (Brasil)

O que deixa meu mapa assim: 

visited 21 states (9.33%)
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Os países mais lidos durante o desafio (por enquanto) foram:
1. EUA: 17 livros
2. Inglaterra: 8
3. Brasil: 5
4. Japão: 4
5. França, País de Gales e Irlanda: 3

O que mostra que eu leio mais autores americanos do que esperava. Imaginava que os EUA ficariam em primeiro, mas o país teve mais que o dobro de leituras comparado ao segundo colocado. E percebi que leio menos brasileiros do que esperava...

O que me surpreendeu é que li mais irlandeses do que esperava. Muitas vezes leio autores irlandeses e acho que são ingleses...

E acabei lendo um número razoável de japoneses, mas é porque comecei a gostar de literatura japonesa recentemente. :)

Se alguém tiver recomendações de autores/livros dos países ainda não lidos, agradeço muitíssimo!

terça-feira, 22 de abril de 2014

Volta ao mundo em 80 livros - Impressões de leitura (4ª parte)

Meu Desafio Volta ao Mundo em 80 Livros está prestes a completar um ano, então preciso comentar minhas últimas leituras. 
Comecei o ano no embalo dos livros de países variados, mas depois de um tempo fiquei só repetindo os mesmos países de sempre. Cheguei na fase em que preciso me concentrar mais no desafio para que ele continue fluindo.

A guerra das salamandras - Karel Capek (República Tcheca)
Esse é um livro que eu queria ler faz muito tempo e fiquei procrastinando (ou pegaram na biblioteca bem quando finalmente decidi ler). O que me interessou nele quando li uma resenha foi o enredo: uma espécie inteligente de salamandra é descoberta em ilhas isoladas do Pacífico e os humanos passam a usá-la como mão de obra em tudo quanto é trabalho. Com essa convivência tão próxima, surgem as questões: até onde vai a inteligência das salamandras? Que risco elas representam aos humanos? Salamandras têm direitos? Elas podem ser tratadas como humanos?
O livro mistura diferentes tipos de discurso, como relatórios científicos, notícias de jornal e narrativas de viagem. Esse tipo de recurso é interessante, mas não funcionou tão bem para mim nas partes finais. Preferi a primeira parte, em que as narrativas eram mais pessoais e havia um tom de mistério e fascínio em relação às salamandras. (E ao ler sobre o primeiro encontro das salamandras com o capitão, não dá para não comparar com o encontro entre europeus e índios brasileiros.) Para mim, a primeira parte passou aquela sensação de genialidade que eu esperava do livro (altas expectativas, sabe como é), mas o resto decepcionou um pouco, apesar de continuar ótimo.


O castelos nos Pirineus - Jostein Gaarder (Noruega)
Esse foi outro livro lido por causa do Projeto Volta ao Mundo em 12 Livros. Gosto muito do Jostein Gaarder de O dia do curinga e O vendedor de histórias; não gosto tanto do Jostein Gaarder quando ele deixa o discurso filosófico se sobrepôr à narrativa, como em O mundo de Sofia.
O castelo dos Pirineus é desses que usa a narrativa como veículo para transmitir uma ideia. No caso, um debate sobre espiritualidade vs ceticismo. O autor usa a voz de dois personagens que costumavam ser um casal e se separaram após um evento estranho que arruinou a harmonia entre eles. Anos depois, eles se reencontram e passam a trocar e-mails, tentando compreender esse evento e expôr suas visões sobre a vida e a morte.
Para quem não tem grande interesse sobre esse assunto e não gosta desse tipo de história que parece escrita só para desenvolver um debate de ideias, o livro é bem chato.


Por favor, cuide da mamãe - Kyung-Sook Shin (Coréia do Sul)
Já tinha lido muitas resenhas elogiosas desse livro e me decidira faz tempo que ele seria o representante da Coreia do Sul aqui no desafio (que outros livros coreanos eu conheço?). Conta sobre o desaparecimento de uma senhora idosa no metrô e como isso abala sua família, que relembra a dedicação e a abnegação da mãe. Tem tudo para ser um livro brega, e de certa forma é, mas sem exageros. Gostei bastante do livro e fiquei com vontade de ler mais da autora.




terça-feira, 8 de abril de 2014

DL do Tigre: Garota Exemplar

Título: Garota Exemplar
Autora: Gillian Flynn
Tema: hype do momento

Sinopse: Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública – e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy –, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino? Com sua irmã gêmea Margo a seu lado, Nick afirma inocência. O problema é: se não foi Nick, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele? (fonte: Skoob)


Queria ler esse livro há um tempão, mas sempre adiava por um motivo ou outro. Não sei se ele se encaixa tão bem assim no tema hype do momento, pois apesar de ser um livro relativamente popular, o auge de sua popularidade já passou (ou não?). De qualquer forma, ele vai virar filme em breve e aí sim será devidamente hypado.

Como tinha lido várias resenhas/comentários sobre o livro, eu já sabia mais ou menos o que esperar dele, e ele correspondeu bem às expectativas: surpreendeu onde tinha que surpreender, chocou onde tinha que chocar, entreteve onde tinha que entreter. O livro alterna capítulos narrados por Nick e por Amy, o que funciona bem para que possamos conhecer os dois lados da história. A primeira parte é a mais arrastada, e muita gente achou chata, mas eu gostei, apesar de a narração de Amy em seu diário às vezes ser irritante. É na segunda parte que o jogo muda, e aí fica difícil largar o livro.

Como raramento leio thrillers, sempre que acabo um fico com vontade de ler mais e mais. Alguém recomenda algo?


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Baccano!

Baccano!
Ano: 2007
Episódios: 13

Nos anos 1930, o trem Flying Pussyfoot parte em sua viagem de Chicago a Nova York. A bordo há diversos grupos de personagens, cada um com interesses próprios. Há desde um grupo que deseja sequestrar a esposa e a filha do senador para negociar a libertação de seu líder até a dupla atrapalhada de ladrões adoráveis; desde um garotinho aparentemente inofensivo até um assassino cruel, o perseguidor dos trilhos.

O anime é narrado de maneira não cronológica, alternando principalmente entre 1930, 1931 (ano da viagem de trem) e 1932, mostrando assim os fatos que culminaram na viagem do Flying Pussyfoot e o que ocorreu depois dela. É uma maneira interessante de contar a história, mas os primeiros episódios são bem confusos. Na realidade, achei o anime todo bem confuso, mas de uma maneira razoavelmente positiva. É uma confusão que te faz ficar atento e se esforçar para tentar desvendar o que está ocorrendo.

O ritmo do anime é vertiginoso. É ação seguida de ação, episódios acabando em cliffhangers e te forçando a continuar a assistir, personagens misteriosos e totalmente insanos. Isso torna Baccano muito legal de assistir, mas por ser um anime de apenas 13 episódios (e mais 3 no OVA), para mim ele parece meio corrido. Há cerca de vinte personagens que têm certa importância na história e desenvolvê-los em 13 episódios é uma tarefa difícil. Como é tudo muito rápido, não consegui criar muitos vínculos com o anime. Por mais que eu tenha adorado e tenha vontade de assistir de novo em breve para tentar compreender melhor alguns pontos da trama, esse não é desses animes que ficará ressoando dentro de mim (?).