sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Volta ao mundo em 80 livros - Impressões de leitura (2ª parte)

Depois de um bom tempo procrastinando, finalmente escrevo minhas impressões de leitura dos livros que li até agora para meu projeto. O curioso é que essas impressões foram escritas meses depois das leituras, então não são exatamente fiéis ao que senti quando estava lendo ou logo ao terminar de ler.

Submarino - Joe Dunthorne (País de Gales)
Tenho esse livro faz um tempão, mas hesitei antes de ler. Minha irmã tinha lido e não gostou muito, então fiquei com um pé atrás, mas para mim a leitura foi bem agradável, o livro é divertido e, apesar de não ter nada de muito especial, achei melhor que muitos outros livros de adolescente que li.



Ojos de perro azul - Gabriel Garcia Marquez (Colômbia)
Meu primeiro livro em espanhol! Infelizmente meu espanhol não é bom o suficiente para me permitir uma leitura fluida como em português ou mesmo inglês, mas até que deu certo. É um livro de contos e não achei nenhum deles especialmente marcante, mas não deixam de ser bons.


Grotescas - Natsuo Kirino (Japão)


The Speckled People - Hugo Hamilton (Irlanda)
Lido para a faculdade, é sobre a infância do autor na Irlanda. Gostei bastante do livro, mas ler para a faculdade, sabendo que depois terei prova/trabalho sobre isso, sempre prejudica o prazer da leitura, não acham?



Haroun e o Mar de Histórias - Salman Rushdie (Índia)
Meu primeiro contato com a literatura do Rushdie. Eu esperava mais, não sei. Li resenhas muito positivas desse livro e ele parecia ser a minha cara, mas no final foi uma leitura apenas okay.




Velhas Estórias - Luandino Vieira (Angola)

É um livro de contos. Pelo que me lembro, contos meio longos e bem difíceis de ler se você não está acostumado ao estilo do autor (eu não estou), mas a dificuldade faz parte e aumenta a satisfação ao final (ou não).




The Progress of Love - Alice Munro (Canadá)

Mais um livro de contos, desta vez da autora premiada com o Nobel este ano, uhul! Esse livro reúne um bom número de contos (não me lembro quantos), o que achei que prejudica o conjunto da obra se você pretende ler um atrás do outro, porque são todos meio parecidos, em geral sobre pessoas velhas que relembram a juventude e coisas assim. Pelo menos um conto memorável: um sobre uns caras que iam patinar no gelo (é claro que seria esse o memorável).


A manta do soldado - Lídia Jorge (Portugal)



Disgrace - J. M. Coetzee (África do Sul)

Meu primeiro contato com a literatura do Coetzee. Eu esperava mais, não sei. Li para a faculdade e ele também sofreu da síndrome da "leitura avaliada", assim como o The Speckled People.







(quando digo essas coisas como "esperava mais", "não tem nada muito especial" etc. não quer dizer que não gostei do livro ou achei mediano. Em geral eu gostei, às vezes gostei bastante, mas as expectativas às vezes me fazem esperar demais, achar que vai ser o livro da minha vida ou algo assim.)


Por enquanto, li livros de 15 países diferentes desde 27 de abril de 2013.
Comecei variando bastante, mas nos últimos meses só tenho lido livros de países repetidos... Dicas de livros de países diferentes?

Desafio Literário: Conto de Natal de Auggie Wren

Título: Conto de Natal de Auggie Wren
Autor: Paul Auster
Ilustradora: Isol
Editora: Cia. das Letras

Depois disso, passei alguns dias em desespero, lutando contra os fantasmas de Dickens, O. Henry e outros mestres do espírito natalino. A mera expressão "conto de Natal" tinha associações desagradáveis para mim, evocava aterradoras efusões de sentimentalismo hipócrita e bobagens melosas. (...) No entanto, como alguém poderia se propor a escrever um conto de Natal que não fosse sentimental? Era uma contradição nos próprios termos, uma impossibilidade, um enigma insolúvel. (p.22)

Como já disse na minha resenha anterior, não gosto de Natal. No entanto, tive que ler mais de um livro com o tema, porque como poderia resistir a esse livro ilustrado charmoso?

O Auggie Wren do título é funcionário de uma tabacaria e tem o costume de tirar fotos de um mesmo lugar, na mesma hora do dia, todos os dias. Ele se tornou amigo do escritor, frequentador da tabacaria, e quando o escritor recebe a tarefa de escrever um conto de Natal e não sabe como fugir do sentimentalismo meloso típico desse tipo de história, Auggie promete narrar ao amigo um conto de Natal surpreendente e verdadeiro, que aconteceu com ele.

O livro é uma graça, mas fiquei meio decepcionada com a história narrada por Auggie. Acho que fiquei muito animada com essa coisa das fotos do mesmo lugar e esperava que isso tivesse mais importância no conto...

As ilustrações são muito interessantes e a edição está bonita e caprichada.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Desafio Literário: A aventura do pudim de Natal

Título: A aventura do pudim de Natal
Autora: Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira

Vamos começar falando que eu não ligo muito para o Natal. Aqui em casa faz tempo que não temos mais o hábito de montar árvore, enfeitar a casa etc. e não comemoramos a data muito efusivamente mesmo nos encontros familiares. Claro que gosto de ganhar presentes, mas acho que estou ficando velha e nem isso consegue me alegrar muito (talvez porque eu quase só ganhe roupas...). E as comidas tradicionais de Natal são tão sem graça. :/

Dito isso, achei o tema do DL deste mês bem chato. Mas desafio é desafio...

Escolhi "A aventura do pudim de natal" pelo título, que me faz imaginar um pudim vivendo altas aventuras. Mas, que decepção, não é nada disso. O livro reúne seis contos da autora, cinco protagonizados pelo detetive Poirot e um pela Miss Marple. Os contos são: "A aventura do pudim de Natal", "O mistério do baú espanhol", "O reprimido", "O caso das amoras pretas", "O sonho" e "A extravagância de Greenshaw".

Peguei o livro na biblioteca achando que seria um romance e só descobri mais tarde que eram contos. Destes, só um trata do Natal, mas acho que é uma leitura válida para o Desafio mesmo assim, não?

Em "A aventura do pudim de Natal", Poirot é convocado para investigar o roubo de um valioso rubi e, para realizar a investigação, passa um período em uma casa de campo, em um típico Natal inglês, que inclui o tal pudim de passas.

No geral achei os crimes e suas resoluções mirabolantes demais para o meu gosto. Não sei se estou mal acostumada com o gênero policial ou se é um problema dos contos em si, mas me pareceu que muitos dos crimes só deram certo por sorte e foram solucionados quase por acaso, baseados em suposições muito vagas. E (spoiler!) precisa ter tantas pessoas se passando por outras? Não achei isso nada convincente!

Mas, apesar de tudo, o livro foi um bom entretenimento e no momento é isso o que importa.