sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Rurouni Kenshin


Eu tinha prometido para a minha irmã que escreveria um post no estilo daquele meme em que as pessoas fazem um vídeo apresentando toda a sua estante de livros, só que no meu caso seria em forma de texto mesmo, porque não saberia filmar e não tenho paciência para assistir a vídeos longos que não sejam música/filme/anime. Mas mudei de ideia e irei escrever sobre Rurouni Kenshin/Samurai X. Não sei se minha irmã ficará brava comigo, mas espero que ela entenda que esse post de RK está na fila há mais tempo e que depois de ler Precisamos falar sobre o Kevin estou com medo de falar de livros (?). Quem sabe no fim de semana eu magicamente ganhe ânimo para escrever o post de livros.

Já faz um tempo que eu venho querendo variar os assuntos do blog. É verdade, ninguém o lê, mas de vez em quando renasce em mim aquele espírito de arqueologia pessoal que me faz reler meus diários, cadernos, revirar a minha bagunça do quarto e, ocasionalmente, reler o blog. E esse blog não tem nada de legal. No último ano eu só falei do Desafio Literário, sendo totalmente infiel ao título Randomicidades Aleatórias. Sem randomicidades, nem eu vou querer reler o blog. Ou seja, ele não servirá para quase nada.

(comecei a achar a palavra blog esquisita. Blog, blog, blog)

Voltando ao assunto, posso passar grande parte do meu tempo livre lendo, mas tenho outros interesses também, tipo assistir patinação no gelo, tocar flauta doce, assistir a filmes, ouvir música etc. e pretendo escrever mais sobre essas coisas futuramente. Por isso, agora escreverei sobre Rurouni Kenshin.

Animes e mangás foram um grande vício durante parte significativa da minha vida. Tinha uma época em que eu passava horas seguidas diante da TV, passando do Cartoon para a Fox Kids para a finada Locomotion (triste que quando a Animax surgiu eu já não gostava tanto de anime. Até tentei engatar em alguns, mas os horários não eram dos mais convenientes e nenhum me encantou). Não sei em que momento exato eu parei de assistir animes, mas sei que quando parei, parei para valer. Com exceção de ocasionais relidas dos mangás que tenho em casa (poucos) e ter acompanhado parte das reprises de Sakura Card Captors e RK, nunca mais li, assisti ou me interessei por esse universo novamente. Até essas últimas férias, em que comecei a assistir animes novamente. Minha prioridade era ver coisas novas, mas rever os antigos favoritos tem sido mais divertido.

No passado eu não hesitaria em dizer que Sakura era meu anime/mangá favorito, mas nesse hiato as coisas foram gradualmente mudando e RK foi o que permaneceu mais forte em meu coração (que piegas!).


Meu primeiro contato com RK foi quando o anime passou no Cartton Network. Minha amiga gostava e recomendou, eu assisti e não gostei. Mas teimei um pouco e os personagens me cativaram. Passei a gostar tanto deles que valia a pena acompanhar um monte de lutas, que eu odiava, só para poder estar na presença dos meus queridos personagens. E aí eu comecei a gostar das lutas. E aí foi puro amor. Assisti o anime inteiro e o revi várias vezes, comprei parte do mangá (só a saga do Enishi, mas eu queria voltar no tempo e ter comprado tudo) e li várias e várias vezes e assim RK foi adicionado à minha listinha de favoritos.

Mas o tempo passou e, anos depois, admirada com a facilidade de assistir animes na internet, revi o anime completo (incluindo as sagas finais, argh). E o vício voltou com muita força, o que é admirável, porque com a "velhice" o entusiasmo em relação a coisas como essas costuma ser mais moderado. Fiquei admirada com a minha capacidade de ficar fantasiando com a história, criando minhas fanfics na cabeça, coisa que eu não fazia faz tempo. E também fiquei admirada quando terminei de assistir a saga de Kyoto (porque o resto não conta de verdade, apesar de eu até gostar de algumas partes) e senti uma tristeza genuína ao pensar que dificilmente o mangá terá alguma continuidade. Se houvesse alguma forma de convencer o Watsuki a voltar a desenhar a história (saga de Hokaido, por favor!)... Tudo bem que tem o filme live-action, que eu não sei se assistirei porque deve ser estranho, e os novos OVAs, que eu quero ver, mas isso não é história nova, é só uma forma diferente de contar o que já existe.

Resumindo: rever RK conseguiu me fazer voltar a sentir aquela magia de antigamente e eu quero mais dessa magia, por favor.

É curioso como, apesar da magia ser a mesma, eu vi o anime com olhos diferentes. Por um lado achei uma chateação o enorme número de fillers antes da saga de Kyoto. Alguns fillers são engraçados, divertidos, hilários etc. O episódio do anel de noivado é um dos meus favoritos, gosto do episódio do cachorro, o do pintor... Mas precisava de tanto? Não me lembro de me incomodar com isso antes e não sei se é porque estava ansiosa para chegar na saga de Kyoto que senti isso.

E meu Deus, aquela saga do feng shui é chata demais! Ou eu é que não entendi muito dela...

Por outro lado, dessa vez me interessei pela parte histórica e fiquei com vontade de saber mais sobre o período do Bakumatsu/Restauração Meiji. Antes eu achava aqueles diálogos looongos e todas aquelas notinhas de rodapé no mangá meio supérfluos, mas dessa vez prestei atenção em tudo. Pretendo ler livros e assistir mais animes sobre a época. Principalmente se tiver algo sobre o Shinsegumi.

Também me interessei mais pelo lado humano do anime, por cada personagem, suas motivações, seu desenvolvimento. Gosto do fato de que mesmo os vilões às vezes não são tão vilões assim. E me vi gostando de personagens que antes não gostava.

E isso leva ao meu Top 10 de personagens, que era o objetivo original do post. Desculpe, meu eu futuro que irá reler isso, se eu escrevi demais e não falei nada... e se fui meio sentimentalóide.

Top 10 - personagens de Rurouni Kenshin

1- Hajime Saitou

Ele é foda! Sou meio obcecada por ele a ponto de achar os episódios sem sua presença meio sem graça e ficar impaciente esperando ele aparecer. Gosto da maneira como ele luta ao lado dos mocinhos e continua o mesmo malvado de sempre, sempre provocando todos com aquele seu jeito arrogante de ser.

É interessante que ele seja baseado em uma figura histórica real, mas que ao mesmo tempo o Watsuki tenha tomado bastante liberdade na criação do personagem.

2- Enishi Yukishiro

Não tenho muita certeza de que personagem merece o segundo lugar, então considerem que as posições do Enishi e do Hiko são intercambiáveis.

Gosto do Enishi porque acho ele tem toda essa relação intensa de amor pela irmã e é todo traumatizado e perturbado devido a isso. Ele é um personagem interessante psicologicamente. E ele tem cabelos brancos, roupas chinesas e técnicas de luta curiosas.

As lutas entre ele e o Kenshin também são ótimas e é uma pena que só existam de verdade no mangá.

3- Seijuurou Hiko

Ele é o mestre do Kenshin e o criou desde que este era um garotinho, consequentemente, pode humilhá-lo à vontade e lembrá-lo de todas aqueles acontecimentos constrangedores da infância. ;D

Ele é pura arrogância e eu meio que gosto de personagens arrogantes.

É uma pena que ele não apareça muito na história, mas é compreensível, afinal, ele é o mais forte de todos e se ele tiver que aparecer, ninguém mais precisar lutar.

4- Misao Makimachi

Ela é meio infantil, tola e irritante, mas eu gosto dela. Ela é divertida e concordo com o Watsuki, o mangá precisava de algum tipo de personagem cômico quando o Kenshin se separa do resto do grupo para seguir até Kyoto.

Adoro o visual dela. Tanto a roupa de ninja quanto a normal são uma fofura.

Às vezes me frustra um pouco que nem ela nem a Kaoru tenham grandes participações em lutas, com exceção da luta com a/o Kamatari. Eu queria um pouco mais de girl power!

5- Makoto Shishio

É o grande chefão da saga de Kyoto e meu vilão preferido de RK. Como personagem, prefiro o Enishi, mas como vilão, o Shishio é bem superior. Ele é beneficiado por estar acompanhado por ótimos coadjuvantes e tal, mas ele tem brilho próprio.

Apesar de todos seus trejeitos de vilão maléfico, no fundo ele não é tão mau assim. Gosto da sua ideologia darwinista.

6- Sanosuke Sagara

Ele é meio que o típico melhor amigo do protagonista. Apesar de não muito inteligente, ele está sempre ao lado de Kenshin e conta com sua plena confiança.

Ele é engraçado e gosto de seu jeito meio despreocupado de ser. Mas acho que gosto mais dele em momentos cômicos do que em momentos sérios.



7- Kaoru Kamiya


Ela tem seus momentos chatos, mas no geral gosto muito dela. Ela tem seu lado furioso e seu lado doce, seu lado forte e seu lado frágil.

Acho o relacionamento dela com o Kenshin muito bonito, e olha que eu não sou de sentimentalismos. Ela sempre está ao lado dele para apoiá-lo, mesmo quando não pode fazer muita coisa, está sempre pensando no bem dele etc.



8- Yumi Komagata


Ela não tem um papel tão fundamental assim na história, mas eu gosto muito dela Não é só porque ela é fundamental em uma das cenas mais emocionantes do anime, pelo menos para mim (eu já cheguei a chorar naquela cena. Toca uma música do Beethoven), mas também porque eu gosto desse tipo de personagem, o par romântico do vilão. Sei lá. E é engraçado quando o Sano fica carregando ela enquanto eles correm pelos corredores.

9- Soujiro Seta

No passado, eu não gostava muito dele. Sei que ele é bem popular entre os fãs de RK, mas eu sempre achei essa coisa de não ter sentimentos meio sem graça. Não sei quando foi que essa coisa de não ter sentimentos começou a ser legal para mim, mas o fato é que agora eu gosto do Soujiro. Talvez seja porque ele é baseado no Okita e o Okita é do Shinsengumi e eu gosto do Shinsengumi.

A história dele é uma das mais tristes...




10- Tomoe Yukishiro/Himura


Outra personagem que eu não gostava e que agora gosto. Talvez eu tenha mudado de opinião ao assistir ao OVA que me fez ter um melhor entendimento da personagem. Ou talvez seja o meu gosto por histórias trágicas...

Mas a Tomoe é legal e fico meio agradecida pelo Watsuki não ter sido bem sucedido em criar a "cool lady" (lol) que ele queria e ter dado a ela algumas demonstrações de sentimentos. Uma pena que ela não teve um final feliz, mas se não fosse assim não haveria toda a história do mangá/anime que eu tanto amo.

Fim. Cansei de escrever. Aff, essas coisas demoram demais. Tchau!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

DL 2012 - Chez Moi


Título: Chez Moi
Autora: Agnes Desarthe
Editora: Penguin

Terminei esse livro já faz uns dias, mas foi difícil me animar a escrever a resenha. Por enquanto, esse ano está sendo um desastre em relação a resenhas, estou odiando escrevê-las, nunca sei como começar sem ser me queixando de meio mundo e dizendo como sou chata, como não sei escrever resenhas etc. :(

Bom, escolhi esse livro porque dos que estavam disponíveis (foi minha irmã que selecionou) esse era o com tema mais palatável para mim, além de não ser muito longo. Ele tem um pouco dessa coisa de "mulher com problemas na vida busca refúgio na culinária" que não me agrada muito, mas também tem muitas coisas legais.

Myriam tem lá seus quarenta anos e um passado difícil e misterioso nas costas. Após ter problemas com sua família, ela foge de todos e passa seis anos trabalhando como cozinheira no circo. Após esse tempo, ela mergulha em outro período sabático, desta vez como dona de restaurante, o Chez Moi, e é aqui que o livro começa.

Sem experiência nenhuma no ramo, e sem dinheiro também, ela sofre para organizar tudo, tendo que conquistar seu público, pagar as contas, criar uma identidade para seu restaurante, fazer suas receitas da melhor maneira possível e simplesmente realizar sua meta de fazer as pessoas felizes com sua comida. Nesse período ela vai criando vínculos com a vizinhança e seus fregueses, enquanto tenta lidar com seus problemas pessoais. O restaurante funciona como uma terapia e como meio de descobrir o que ela quer na vida. Nem sempre as coisas dão certo, mas ela vai achando seu caminho.

Foi meio sofrível ler o livro no computador, meus olhos quase morreram. Imagino que se eu tivesse lido no formato físico, a experiência seria muito mais agradável. Mesmo assim, foi um livro interessante. Gostei da forma meio discurso indireto livre que a autora utilizou para trazer à tona as lembranças de Myriam. Mas achei o livro meio vago em alguns momentos, fiquei curiosa para saber mais. E o final foi meio vago também, estilo filme francês (não que isso seja de todo ruim, em geral eu gosto de filmes franceses).

A parte gastronômica do livro não foi muito interessante para mim, amante de comida simples que sou. Como o livro é francês e eu li em inglês, eu desconhecia grande parte dos ingredientes e pratos citados, seja por ignorância da culinária francesa ou da língua mesmo. E o tipo de restaurante que o Chez Moi é definitivamente não faz o meu tipo. Ele pode ser simples para os padrões franceses, mas para mim ele é metido a besta. Fico com o meu prato de arroz, feijão, bife e batata frita.

Sobre a autora: Eu não sabia nada dela, mas pelo visto ela já escreveu um bom número de livros para crianças, além de uns poucos para adultos, é tradutora (traduziu obras de Lois Lowry e Virginia Woolf) e foi isso que eu entendi da página dela na Wikipédia em francês...

Achei essa outra capa bem mais fofinha do que a da edição que li:


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

DL 2012 - Eat pray love


Título: Eat Pray Love (Comer Rezar Amar)
Autora: Elizabeth Gilbert
Editora: Penguin

Ano novo, DL novo e eu continuo com a mesma chatice e má vontade de sempre na hora de escrever resenhas...

Bem, eu escolhi Eat, Pray, Love, de Elizabeth Gilbert, porque a minha mãe comprou (não faço a mínima ideia porque ela comprou esse livro, não é a cara dela) já faz um tempo e ele ficou mofando no meu quarto. Não gosto de livros desconhecidos pela casa, então eu tive que lê-lo.

Todo mundo sabe a história do livro, vou poupá-los da sinopse. Sim, eu estou de mal humor hoje.

Mas no final fiquei meio na dúvida se ele realmente se encaixa no tema deste mês. É só um terço do livro que é dedicado a comida e mesmo nesse terço a comida aparece como uma coadjuvante simpática, mas esquecível. Tá, a autora comeu um monte de massas e tal e até me deu vontade de experimentar sorvetes italianos, ela se liberou de suas dietas balanceadas, tudo em nome da busca do prazer e tal... mas isso acaba sumindo no meio de suas divagações chatinhas sobre sua vida e sobre a beleza da língua italiana. E depois isso tudo é soterrado pela parte chata e espiritual sobre a Índia. A coisa melhora um pouco na Indonésia, mas mesmo assim há muitas partes chatas que eu fui lendo no piloto automático.

Conclusão: só leia esse livro se você gosta dessas coisas de "lição de vida". E o livro seria bem melhor se ele fosse mais curto.